terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A imanentização escatológica


Imanentizar o Eschaton [1] é uma expressão que surgiu na obra de Eric Voegelin, Nova Ciência da Política, mais precisamente no capítulo "gnosticismo - a natureza da modernidade".
 
Algo imanente é o mesmo que algo intrínseco ou inerente. Em outra palavras, a imanentização se refere à tentativa moderna em conjecturar um futuro que, segundo os mesmos, é intrínseco a própria história do homem, o qual é a síntese da mentalidade revolucionária. É escatológica  pois carrega consigo a certeza de que vai acontecer independente de que rumos as coisas tomarem, o que é de natureza profética. Por exemplo: "Cristo voltará" é algo imanente à história humana, é uma certeza de que acontecerá, e é escatológica pois se refere a algo futuro e referente ao final de tudo.
 
A grande diferença entre a fé na volta de Cristo e a imanentização escatológica do homem moderno é que este último carrega consigo a marca da besta, que hoje é a esperança de construir um "reino de Deus na terra". Enquanto o primeiro tem apenas a certeza de uma glória futura dependente apenas do Pai, o segundo sente a responsabilidade de trazer a Glória de Deus a um paraíso terrestre. E como está afirmando o título do capítulo de Eric Voegelin, o gnosticismo esta quase que imanente ao pensamento do homem moderno, e segundo o mesmo "a gnose libertou o homem das incertezas da fé". Isso vai de encontro com a ideia que desenvolvi neste artigo: O saber, a dúvida e a revelação do iníquo.

Há duas maneiras de perceber o tempo: uma é como cíclico e outra é como linear. Entender o tempo como cíclico é típico de uma análise religiosa do mesmo, em que esses ciclos estariam ligados aos períodos sagrados e profanos. Já entender o tempo de maneira linear tornou-se comum após o desenvolvimento científico, pois o homem passou a almejar sempre um progresso ao longo do tempo, rejeitando a ideia de voltar a um período menos desenvolvido. Este último é que ocasiona a imanentização escatológica em que o homem rejeitando a ideia de um período pior do que o hoje, sempre vê o amanhã de maneira utópica.

Devemos nos posicionar contrário a todos aqueles que apoiam suas ações de hoje baseando-se em um futuro incerto. Sabemos que esse futuro que não está claro na mente de tal pessoa é o reino da besta do abismo, deságua na Ordem Mundial de Baha'u'llah, aliás essa é a junção das duas análises a respeito do tempo, a cíclica e a linear-progressista. É cíclica na medida em que admite ciclos de revelações dos manifestantes solares e é progressista na medida em que esses manifestantes são uma revelação progressiva da divindade.

Sabemos também que todos os que se acham "ungidos", "iluminados" ou qualquer outra coisa nesse sentido, serão aqueles que irão compor os cargos mais altos que a nova ordem mundial pode oferecer, nos parlamentos que constituem as políticas globais do novo cidadão que a essa altura não estará marcado apenas internamente com esses ideais.

1. http://felipepimenta.com/2013/04/08/a-tentativa-de-imanentizar-o-eschaton-por-eric-voegelin/
 

6 comentários:

  1. Respostas
    1. Lógica do brasileiro médio: "não entendi, as palavras são difíceis e eu não quero tomar vergonha na cara e estudar pra tentar entender; logo, devo concluir que é uma porcaria".

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    2. Oi. Misturou dois comentários diferentes na mesma resposta. Eu não disse que é uma porcaria, disse que não entendi.

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  2. Misturou conceitos e ideias para criar uma confusão e assim, enfiar sua visão entremeada de filosofia... Me parece um belo exemplo de filosofismo

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  3. Oi, em qual dos volumes está esse capítulo?
    Eu entendi o que vc escreveu porque estou por dentro dos estudos de política e NOM, mas pra quem não teve algum contato, fica sem entender mesmo. Ótimo texto.

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