terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A verdadeira justiça dos santos



E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. Apocalipse 19:8
Vejo muitos interpretarem o versículo acima de uma maneira um tanto quanto equivocada. Para a esmagadora maioria, as chamadas "justiças dos santos" estão no âmbito da moral ou baseados em uma fantasia utópica de santidade pessoal, tal como a de nosso Senhor Jesus Cristo (por sacrifícios próprios). A verdade é que mesmo sem merecer, essas vestes puras nos foram dadas (e não conquistadas), e nunca haverão de se sujarem, pois foram lavadas no sangue do Cordeiro.

Eu posso me santificar? Jesus santificando-se, santificava a todos nós! 
E por eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade. João 17:19 
Somos santificador por fé NELE! 
Para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim. Atos 26:18
 Quem nos santifica é o Corpo de Cristo. 
10. É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.  14. Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados. Hebreus 10
Superado a primeira impressão sobre a 'justiça dos santos', podemos nos aprofundar no assunto. Se a fé em Cristo Jesus é o que mantém nossos trajes puros, os atos de justiça que praticamos está no âmbito da preservação e defesa dessa fé, tanto para nós mesmos como para aqueles que nos cercam. A justiça que praticamos pode ser vista (1) quando falamos de Cristo a alguém (propagação da fé) e (2) quando rejeitamos doutrinas fora da palavra (preservação da sã doutrina). A primeira está ficando cada vez mais difícil na medida em que entramos em um mundo que rejeita a Cristo. A segunda não deixa de ser diferente, é talvez ainda mais complicado tendo em vista o meio cristão a cada dia mai afundado na apostasia.

É muito comum sermos criticados por julgar as obras de certas autoridades do meio evangélico. Mas quando se trata de desfazer as obras da prostituição do meio cristão, isso não se torna apenas necessário, mas um dever de todos comprometidos com a verdade, essa é a prática de justiça para coma nossa fé.
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Apocalipse 20:4
Como eu já falei em outras postagens eu não creio em um milênio literal. O Milênio é o período de reinado de Cristo e a anunciação do evangelho até a sua vinda gloriosa. Os tronos os quais João viu não serão postos futuramente, eles existem desde os apóstolos. Perceba que quem se assenta nesses tronos são aqueles que "não adoraram a besta, nem a sua imagem e nem receberam o sinal em suas testas nem em suas mão". A besta (não só o oitavo rei) são as falsas doutrinas que se estabeleceram sobre a terra com o intuito de levar as pessoas a Deus (os montes, sobretudo o falso monte de Cristo). Portanto não diz respeito apenas aos últimos dias.

Temos o dever de denunciar as práticas de pastores, cantores, pregadores e todos os horrores que rondam o verdadeiro evangelho de Cristo e que se mostram contrárias ao evangelho eterno. Isso é praticar a justiça de DEUS. Isso é reinar com Cristo. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

O deus do anticristo (2)

Na primeira parte vimos o deus do anticristo (o deus das forças - Dn 11:38) de um ponto de vista da crença religiosa. Mas é certo que o deus do anticristo (o cristo cósmico), que a todos abrange, não se manifesta apenas no âmbito religioso, ele também pode ser percebido na ciência, como será o objeto de estudo dessa postagem. Para ver a primeira parte clique aqui.

Para entender a definição de um deus pós-moderno é importante compreendermos o fenômeno do naturalismo. Muito embora esse "Deus", ao meu ver, é de qualidade imanente, ou seja, "Deus dentro de si" (falaremos mais sobre na sequência), compreender a dimensão desse em um ambiente externo (fora do homem, na "natureza das coisas" [1]) é de igual relevância para a nossa compreensão. Isso se dá devido ao fenômeno de "inversão polar" (ver) já conhecido do blogue.

O naturalismo enquanto fundamentação teórica é encontrado nos escritos filosóficos pré-socráticos a respeito do seu principal objeto de estudo: o cosmos, a Natureza. A principal herança que este movimento traz para a definição do divino em nossos dias é a "limitação do cosmo" que essa divindade possui; a racionalização do divino, que também reflete no desprezo ou desconsideração de um mundo espiritual (e portanto a crença de que "o Paraíso é aqui"), fazendo do culto à natureza o elemento de harmonia do humano com o celestial.

"Deus" para o Naturalismo assume o papel de força organizadora do Universo, distinguindo-se do ateísmo materialista dialético. Na prática, as contribuições do pensamento naturalista para a estruturação do conceito de divindade está presente nos estudos científicos mais recentes na parte do universo desconhecido ("partícula de Deus", estudo minucioso da anti-matéria e matéria escura), tal como nas políticas públicas globais referentes ao ecologicamente correto da Hipótese Gaia.

[1] De Rerum Natura, traduzido como "Sobre a Natureza das Coisas". É um poema escrito pelo filósofo Lucrécio com o intuito de apresentar a sua teoria física atomista tal como a sua filosofia moral epicurista. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Cuidado para não sair do espeto e cair na brasa

Os Grupos que tem se formado no facebook são um reflexo da bagunça semiótica que se formou em torno do ativismo anti-NOM. Um deles é o Triângulo Dourado, na página oficial dessa comunidade se encontra o seguinte texto:
Somos um grupo visível, mais atuamos de forma invisivel nas grandes religiões do mundo, especialmente no judaismo, cristianismo e islamismo. Pois estas 3 grandes religiões tem uma mesma raiz e um mesmo fim, a elucidação da humanidade para o futuro, a um reino milenar, que os esotericos chamam de REINO AQUARIANO, onde toda a terra entrará num novo ciclo cósmico, um ciclo de luz e paz infinitas. A terra saira deste universo normal e entrará num universo superior. Entedemos o futuro do cosmos com base em uma certa cronologia milenarista. (sic)
Pelo que eu pude observar do grupo, a análise da Ordem Mundial Illuminati que este faz é até correta. Porém esse, como tantos outros, peca feio ao não conhecer a Ordem Mundial de Baha'u'llah, além de tolerar o sincronismo religioso e cair no erro do milenarismo. Mas o que mais chama atenção é o nome do grupo: "Triângulo de Ouro", que embora talvez não seja de conhecimento do idealizadores faz menção explícitas a um dos três triângulos que formam a esfera de bahá que representa o parlamento das religiões (ver), composta exatamente pelas religiões cristã, judaica e islâmica.


Em suma, não adianta de nada lutar para sair do espeto e então cair na brasa. Lutar contra o globalismo iluminista e desconsiderar o outro lado da moeda só causa uma falsa sensação de liberdade.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Homofobia, rolezinho e inadimplência: a tendência da mídia em simular o caos

Há bastante tempo as notícias veiculadas pelos meios de comunicação de massa estão servindo apenas como um meio de levar aos extremos os pensamentos da população a respeito do assunto tratado, como já disse outrora neste post: nós estamos vivendo em um período de conflitos destinados a criar uma sociedade dividida em extremos. Por exemplo, qualquer matéria que sai na grande mídia sobre o casamento gay vai fazer com que os defensores abracem os motivos para os serem, da mesma maneira que os que se opõe vão se agarrar aos motivos pelos quais os fazem. Não há sequer uma reflexão proposta por alguma parte, até porque a mídia de massa não dá essa possibilidade.

Para que a notícia consiga dividir a opinião pública em extremos é imprescindível que essa seja transmitida de maneira ambígua. O caso do adolescente que cometeu suicídio (ou foi assassinado?) é o exemplo mais recente. Afinal, suicídio ou homofobia, qual o motivo da morte do garoto Kaique? A opinião pública ficou dividida em (1) homofobia: "o garoto foi torturado, mais uma vítima dessa sociedade preconceituosa, isso deve acabar!"; (2) suicídio: "ao se jogar de uma grande altura, a queda causou os ferimentos que se assemelham ao de agressão". Claro, para o primeiro grupo quem pensasse que fosse suicídio é igualmente homofóbico como os (hipotéticos) agressores. O caso foi enfim definido como suicídio. Motivo então para o primeiro grupo reconsiderar a sua posição? Absolutamente, "é mais uma tentativa de abafar os crimes contra homossexuais... aff" e ainda "se ele se suicidou é porque essa sociedade não o aceitou, há preconceito ...preconceito!... preconceito... preconceito... preconceito ..." (e não é teoria da conspiração?!).

Para que os idiotas úteis do exército social da Nova Ordem Mundial possam continuar seguindo com suas funções diárias (lutar contra um preconceito espectral), é necessário que o impulso que os fazem estar em atividade continue agindo. Esse é o caso dos "rolezinhos", o que para os próprios integrantes do mesmo não é mais do que o próprio nome passa (um rolé), para muitos outros é um "protesto contra a sociedade de consumo", "uma tapa na cara dos burgueses" que mostra como a nossa sociedade é "preconceituosa, segregacionista, etc.".

A mídia desempenha o papel de fomentadora dos conflitos, o rolezinho é um exemplo de ação organizada totalmente pelos canais multimídias: iniciado nas redes sociais, ganhando dimensões maiores pela visibilidade na mídia de massa e repercutida novamente pelas redes sociais, em um looping. As pessoas precisam ser lembradas e relembradas a todo momento que "estão vivendo em um caos social", para serem introduzidas no processo de ordem no caos. Mas os rolezinhos por si só não são o caos, o caos é o efeito da abordagem que a mídia faz na mente do cidadão preocupado com uma sociedade mais justa. Esses cidadãos passam a aceitar o trabalho de agentes da Ordem Mundial de Baha'u'llah sem que disso se deem conta.

Mas para haver o combate ao preconceito é preciso que este seja percebido pelos "agentes". Na guerrilha de opinião que toma conta dos meios de comunicação, eventos como esses fazem com que diversas opiniões sejam emitidas. A opinião que acaba prevalecendo e ganhando maior interesse da mídia (a criada especificamente com esse intuito, patrocinada pelos globalistas) na maioria das vezes são de pessoas quaisquer e aleatórias, claro que, previamente selecionadas. Depois que a mídia de massa (globalista) vomita uma "noção  preconceituosa" do assunto é hora da mídia restrita (igualmente globalista) atuar no  âmbito de fortalecer a ideia de um "caos que necessita de ordem".

Criminalização do "rolezinho" gera explosão de racismo na internet é o título da notícia do "Blog do Cidadão" via o portal online da (por sinal, nascida por inspiração do Fórum Mundial SocialRevista Fórum que dá ênfase na palavra "negrada" para realçar um suposto preconceito racial, esquecendo que tal termo é de comum utilização em algumas cidades com o mesmo significado que "galera", tanto que no suposto comentário preconceituoso o usuário utilizou "negrada" no mesmo âmbito de "moçada".

Outro episódio que confirma a tendencia da mídia em noticiar sempre o lado ruim da situação foi a entrevista em um programa da Globo News com a empresária Luíza Trajano (Magazine Luíza) no qual o jornalista afirma veementemente, apesar da empresária retrucar, que houve um aumento na inadimplência fazendo com que o varejo brasileiro pudesse entrar em crise (ver mais). Assim como no final do ano passado, apesar do comércio ter crescido mais de 1%, a mídia a todo instante noticiar as más vendas de fim de ano.

O extremismo em noticiar os "grande problemas" da nossa sociedade é com o intuito de colocar a solução nas mãos daqueles que "tentam fazer alguma coisa, ao invés de só ficar reclamando (Ú.ú)".

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A superação do Estado Orwelliano

O Best-seller Jogos Vorazes tentando repetir o sucesso de Harry Potter e Crepúsculo foi aclamado pela crítica cinematográfica devido o diferencial que o filme trouxe consigo para o público infanto-juvenil: um pensamento contestador baseado no modelo distópico orwelliano de um "Big Brother". Essa "crítica" que a série nos traz sobre autoritarismo foi utilizada para ilustrar o pensamento do libertário Jeffrey Tucker em seu artigo aqui traduzido, em que o autor coloca a série em uma lista com mais quatro produções que mostram em seus enredos um cenário de controle governamental generalizado.
"Essa série distópica, altamente popular entre os  jovens, exibe um governo tirano inclinado ao total controle econômico e social. Na série, toda pessoa foi nomeada a um distrito e cada distrito tem certas privações atribuídas. A sociedade tem bastante riqueza, mas essa riqueza é apenas exposta na Capital. Para todos os outros, a riqueza é dividida baseada no favoritismo político e planejamento central."
Mas tanto a crítica cinematográfica quanto o libertário Jeffrey Tucker estão desatualizados. Ao menos essa é a opinião do pesquisador na área da comunicação Wilson Roberto apresentada no blogue em que administra. [1]
"O modelo de Estado orwelliano como um gigantesco Big Brother tornou-se tão antigo frente à nova ordem mundial da Globalização, que se tornou tema dileto para Hollywood parecer “contestador”, para se confrontar à crítica comum feita a ela de produzir filmes alienantes e conformistas."
Essa realidade fica mais clara quando nos deparamos com as declarações de Edward Snowden em que ele afirma (viaque os significados da vigilância descritos por Orwell (escrito em 1948) parecem ingênuos e engraçados, à luz do que está sendo feito hoje. [2]

O cinema estadunidense já transformou o mundo distópico do romance 1984 de George Orwell ou Admirável Mundo Novo de Adous Huxley em clichê para seus filmes receberem uma conotação contestadora e crítica. A situação é basicamente a mesma: uma sociedade pós apocalíptica (pós guerra) em que o cidadão, sob um governo autoritário, não possui liberdade alguma, quem não se lembra do filme Equilibrium? É interessante notar que o contexto de um mundo "pós guerra" esteja sendo semeado dentro da cultura norte americana, quando sabemos que se porventura houver algo próximo de uma terceira guerra mundial se dará em consequência de uma não submissão (a não submissão é uma característica de Lilith) dos EUA ao governo mundial único.

O princípio fundamental que forma a base deste Pacto solene deve ser tão estável que, se qualquer governo violar posteriormente alguma de suas provisões, todos os governos da terra devem se levantar para reduzi-lo à absoluta submissão, mais ainda, a raça humana como um todo deve decidir, com todo o poder à sua disposição, destruir esse governo. Shoghi Effendi - A Ordem Mundial de Baha'u'llah
Esse modelo orwelliano é ultrapassado também quando olhamos os modos de produção capitalista como comparação, pois a rigidez de um agente externo controlador é típico no modo de produção taylorista-fordista no qual o operário era submetido a uma constante pressão de um capataz fiscalizador da produção. Com a introdução dos artifícios da indústria toyotista, a pressão do trabalho deixou de ser proveniente de um agente externo, um capataz, e passou a ser interna, com o próprio funcionário controlando a sua produção fundamentando-as em resultados futuros.

Essa mudança se deu pela revolução tecno-científica que ocorreu na década de 70, a qual outrora nesse post comentei que foi a responsável pelo abandono do interesse do cidadão global  no desenvolvimento científico quanto às questões macrocósmicas e mergulhando em um mundo particular, microcósmico.

A noção de um estado global com um controle rígido sobre população é bem comum nas teorias que colocam toda a força do levante da besta nas mãos de um "anticristo" (surgido de ninguém sabe onde), quando na realidade o agir dessa se dá primeiramente no ser humano, de modo que este mesmo crie toda a situação para o aparecimento do Estado Universal e de seu Executivo Mundial.

Um estado orwelliano é como uma fábrica no modelo fordista: a fábrica explora ao máximo o trabalhador e este não se dá conta que é o elemento que impulsiona a produção. Esse é um sistema bastante instável porque é o modelo base para as teorias marxista de lutas de classes (burgueses/proletariado) e das ações de "revolta do proletariado", pois há uma distinção clara do operário comum para as "mentes pensantes" do processo de produção. O modelo toyotista, diferente do anterior, confunde as noções de classes e o trabalhador não se enxerga mais como só um operário, mas como um membro da empresa a qual é empregado. Esse é o ponto chave para entender os moldes do governo global da ordem mundial de Baha'u'llah em contraste com a Ordem Mundial iluminista, o cidadão global se vê como um agente no processo de construção do "reino de Deus na terra" e não como um explorado pelo Sistema.

Outra coisa que é importante ser observada está nessas palavras do sociólogo polonês Zygmunt Bauman:
Um sistema econômico que não cria mais desigualdades, crescimento dos abismos das classes ou pobreza como nos sistema econômicos clássicos marcados pela exploração da força de trabalho. Simplesmente, o pleno desenvolvimento econômico trouxe a exclusão ou “baixas colaterais”: lixo tóxico, tecnológico e refugos humanos – velhos, estrangeiros, imigrantes etc., todos sem possibilidade de serem integrados. Assim como o lixo informático (baterias, placas etc.) são enterrados em contêineres em algum país africano, da mesma forma uma massa de “redundantes” são empurrados para periferias, guetos ou caçados ou barrados pela polícia de imigração, sem possibilidades de integração. Para o novo sistema global nem são considerados “exército industrial de reserva”, mas “redundantes” e “superpopulação” - veja BAUMAN, Zygmunt. Vidas Desperdiçadas, Jorge Zahar Editores, 2005.
O que Bauman colocou como redundantes para o sistema econômico (velhos, estrangeiros, imigrantes etc.), para um Estado Universal com os princípios sociais anticristãos acabam por ser os próprios cristãos os redundantes do Estado. É dessa maneira que devemos encarar o "comprar e vender" da marca da besta. Não se trata apenas de uma moeda, mas de viver em sociedade, participar do sistema. À medida em que o Estado universal se torna realidade o cristão vai perdendo voz na sociedade, exceto aqueles que quiserem contribuir, ou seja, aderir às ideias (serem marcados). Assim como é o estrangeiro para o sistema econômico descrito por Baumam, que não achando lugar para "comprar e vender" neste, vira um mero ninguém, assim é também um cristão que não aderindo aos ideais do cristo cósmico acabam por ser expelido da sociedade, como já tratei aqui, esta é a morte dos santos.


domingo, 19 de janeiro de 2014

Os absurdos nas "teorias da conspiração" os são por ponto de vista

É muito comum a esquerda jogar tudo quanto se julga por "teoria da conspiração" para o lado oposto do espectro político. O episódio que mostra bem essa concepção é aquele em que o colunista do Folha de São Paulo, Antonio Prada, simulou em seu texto a adesão de idéias as quais, segundo a ironia do próprio texto, não passam de teorias mirabolantes sobre conspirações da direita política, como são as investidas gayzistas, feministas entre outros movimentos da massa revolucionária.

Mas a noção conspiratória se equivale aos dois lados, ou a quantos outros lados tiverem o espectro político-ideológico. Por exemplo o fato em que a FIFA "não quis saber do casal de negros e escolheu um casal de loiros sulistas para apresentar a cerimônia do sorteio de grupos para a Copa do Mundo" (aqui). Isso, por mais que saibamos que o preconceito existe, é uma teoria com o intuito de asseverar a discriminação existente entre as elites. Ora, não é diferente das "teorias da conspiração da direita".

Um elemento indispensável em qualquer teoria da conspiração é sem dúvida a presença da mensagem subliminar. Existem as mais absurdas dessas nas teorias comumente achadas na web, mas a que você vai vê a seguir não existe igual nem nos piores blogues sobre "iluminates".  A carta a seguir (via) é de uma associação feminista o qual enxerga em textos e cantigas populares elementos que "constitui um retrocesso no que se refere ao desenvolvimento e concretização dos Planos para a Igualdade", mostrando como há nessas, mensagens que às crianças são subliminares beneficiando a "tolerância da violência no namoro", entre outras "mensagens sexistas".


CARTA ABERTA AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
A propósito do texto da Prova de Aferição do Ensino Básico 2010
A UMAR, União de Mulheres, Alternativa e Resposta, vem denunciar a mensagem estereotipada presente no texto da Prova de Aferição do Ensino Básico 2010. Este texto atenta a a legalidade portuguesa em matéria de igualdade, assim como se constitui um retrocesso no que se refere ao desenvolvimento e concretização dos Planos para a Igualdade. 
Nessa medida, vimos junto de V.Exa. denunciar este acto irresponsável de sexismo que mostra como em Portugal não existe, por parte do Estado, uma consciência real no que se refere às suas próprias políticas. 
Em primeiro lugar, a utilização por sete vezes, do vocábulo Homem tem sido desde há muito denunciado como prática de uma linguagem sexista que vem sendo substituída pela necessidade de uma linguagem mais inclusiva, matéria, aliás, do Referido no III Plano da Igualdade 2007/2010 e da Lei nº 47/2006. 
Mas não é só esta mensagem que está presente neste texto. É um texto que, de alguma maneira, se assemelha à letra da canção « O mar enrola na areia », que a certa altura da canção, se explicita « bate nela quando quer ».
Ora vejamos o texto que aqui nos traz. 
Em primeiro lugar, há em todo o texto uma atmosfera de namoro entre o personagem Homem e a personagem Lua : « houvera entre ambos uma espécie de longo namoro à distância», « o Homem, porém, nunca deixou de lhe dedicar belos poemas ». 
Em segundo lugar, é um namoro que parece correspondido : « a Lua procurou sempre enviar-lhe as suas centelhas de luz como se quisesse dizer-lhe « sabes onde estou… » », aliás, « o Homem nunca teve dúvidas a esse respeito ». 
Situadas/os que estamos num contexto de namoro, vejamos agora como este texto passa uma mensagem estereotipada e de tolerância à violência de género: « Quando o Homem pisou o seu solo áspero e poeirento », « Quando o homem pôs a primeira vez os pés no solo lunar »
Dirão que esta é uma linguagem figurada e que, portanto, fazer aqui a ligação a personagens humanas é um exagero. Assim seria, se não fosse o resto do conteúdo do texto. Todo o texto faz a personificação da LUA como uma Mulher, e aqui vemos como as mensagens subliminares de tolerância da violência no namoro se conjugam com a perpetuação dos estereótipos : « …a Lua sentiu-se (…) triste, por não ter sido avisada com tempo suficiente, para se embelezar e poder recebê-lo », « ela queria estar bela e sedutora no momento daquele encontro », « A Lua, como qualquer mulher que cuida da sua imagem… », « …tinha para lhe mostrar (…) a solidão das suas crateras… ». 
Mas não fica por aqui, a mensagem vai mais longe : o enamoramento à distância é muito melhor do que a relação real entre corpos e tempos : « A Lua (…) sempre soubera que a distância favorece o jogo do enamoramento, pois mantém pouco visíveis as rugas, as madeixas desalinhadas e outras pequenas e grandes imperfeições… » 
Finalmente, e depois de tudo isto, ainda se coloca como exercício de escrita um « Bilhete », que vem já assinado como « O Homem », condicionando qualquer pensamento crítico, divergente, não estereotipado, não deixando espaço de liberdade a raparigas e a rapazes que não se identifiquem com esta estereotipia balofa e atentadora dos direitos humanos. 
Enquanto organização feminista e de mulheres não poderíamos deixar passar em branco esta pérola de sexismo, de agismo e, sobretudo e de forma inaceitável, de tolerância à violência de género. 
Bem sabemos que o texto é de um escritor reconhecido ao qual não queremos tirar o mérito. No entanto, qualquer equipa com um pouco mais de consciencialização poderia escolher do mesmo autor centenas de excertos sem esta estereotipia e tolerância à violência de género. Até porque colocar a Lua como vítima nem sequer é artístico. 
Maria José Magalhães 
Presidente da UMAR 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Sede da EXPO 2020

Em julho do ano passado mostrei as candidaturas para sediar a EXPO 2020 (veja aqui). Pois bem, na data de 27/11 a cidade escolhida para ser a sede foi anunciada: Dubai. 


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O superficial evangelho das aparências

O que é uma igreja apostata para você? Para muitos, inclusive quem vos escreve, a Igreja Batista da Lagoinha dos valadões é um exemplo de apostasia que se deu sobretudo pelo sincromisticismo da mesma. O blogueiro Teophilo Noturno há um tempo atrás lançou uma série de vídeos em seu canal no Youtube mostrando como a forma de culto da mesma está um tanto quanto distante da palavra.



É claro que, como era de se esperar, os admiradores desse espetáculo saíram em defesa do "ministério abençoado" que é o da família Valadão. Quando a cantora-mor do grupo andou de quatro "era tudo agir do espírito". Quando a família pousou com o chifrinho "era só o do homem aranha". Enfim, nada parecia abalar a relação da Lagoinha com seus admiradores do mundo gospel. Mas eis que este me surpreende, a relação da Igreja da Lagoinha para com o mundo evangélico ganhou um ar de desconfiança. Deveríamos estar felizes? Claro que não, sobretudo pelo motivo dessa desconfiança: a igreja está sendo acusada de "ser abrigo de homossexuais".

Esse episódio só mostra o nível da cegueira que está o mundo evangélico e revela o  seu preconceito, ou seja, pode blasfemar contra o espírito santo à vontade, pode machucar a palavra de Deus deliberadamente, mas apenas se parecer estar a favor do homossexualismo é condenado. No evangelho das aparências as pessoas só enxergam aquilo que lhes saltam aos olhos. Se a Lagoinha porventura vier a abraçar de fato o homossexualismo, não é mais do que o próprio julgamento de Deus para esta. Em Romanos 1, que é a passagem mais utilizada, talvez a única do novo testamento, para "cair de pau" no homossexualismo, pode ser usada também para definir esse momento da igreja.
Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Romanos 1:25

Essa passagem define o mercado gospel e a igreja visível-ao-mundo de hoje. E como consequência disso: Deus os abandonou às paixões infames. (Ver: A Igreja Afeminada)

Há quem pense que Deus há de julgar o mundo no Juízo Final por causa deste estar em uma conduta sodomita como foi no passado. Não, essa fase que estamos passando não é outra coisa a não ser o abandono quase que por completo de Deus (se não fosse pelos eleitos que restam) à humanidade.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Venha o teu reino na terra como no céu

Muitos dos que ainda estão esperando que Cristo estabeleça o seu reino nessa terra, fazem o seguinte questionamento: Por que não estaríamos esperando pelo reino de Deus se oramos a ele "venha o teu reino"?
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; Mateus 6:10
Jesus estava falando sobre o Reino de Deus, o qual naquele momento ainda não havia sido estabelecido! O Reino só passou a existir depois da morte e ressurreição de Cristo, então mais do que nunca o "venha o teu reino" fazia todo o sentido estar nas orações daqueles homens. Ademais, não basta o reino está estabelecido, é preciso reinar (fomos feitos reis e sacerdotes) e a oração faz parte disso.
Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Mateus 5:17-18
Nós entendemos isso voltando um pouco antes, no capítulo anterior para ser mais exato, a conversa de Jesus se dá dentro de um contexto em que ele explana uma situação que é anterior ao da vitória na cruz. Nesse contexto a lei ainda era maior que o Cristo em carne que estava ali, tanto que ele ainda havia de cumpri-la integralmente, em outras palavras, sem a graça de Deus, sem o seu reino. Cristo mencionar a vinda do reino na oração era com o intuito de colocar Deus Altíssimo como soberano nessa questão "seja feita a tua vontade". Mas o que os movimentos criados a partir da imanentização escatológica do pensamento moderno fazem é muito mais do que um erro de interpretação: é uma adulteração da palavra. Como ficou claro neste post (clique aqui), o maior causador da imanentização do eskhatos é a eliminação do elemento "vontade de Deus", dando ênfase na capacidade humana frente às suas ações em trazer o paraíso à terra.

O lema então passa a ser "Venha o teu reino na terra como no céu". Perdendo a transcendentalidade de Deus o "teu" passa apenas a ser um imanente "nosso" e o "céu" um simbolo da perfeição que o "nosso" deseja alcançar. Se alguém quiser ver quando que o "comprar e vender" vai entrar na história veja aqui um exemplo, o problema não está na venda de um produto, claro, mas na disseminação da ideia.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Conspiranoia: Quando o deboche vira pastiche

Imagem 1 - fonte: apocalink
A divulgação da elite illuminati em grande escala já a algum tempo fez com que sua simbologia fosse conhecida por uma multidão. Nisso, uns se juntaram ao grupo dos "fora do sistema" enquanto outros veem tudo isso com olhos de deboche. E como estamos diante da "geração zueira" tudo hoje é motivo para ser ridicularizado. Paródias lotam os meio de entretenimento de massa, a televisão e sobretudo a internet passam a ser um celeiro delas. Paródias de torcidas de futebol, de ideologias políticas, de estilos musicais, de igrejas e lideranças religiosas, e nesse contexto as mensagens subliminares dos teóricos da conspiração não ficam atrás.

imagem 2 - Paródia com simbologia illuminati exagerada
A paródia muitas vezes é apregoada de forma a debochar da obra original se apresentando com um teor cômico, satírico. Uma paródia é perceptível como tal na medida em que esta se apresenta de maneira exagerada, beirando o absurdo, como é de costume. A paródia pode ser divertida quando conseguimos identificar o elemento humorístico que ela deveria carregar consigo, mesmo quando se trata de uma paródia de nós mesmos. A paródia perde o sentido quando o parodiado não percebe que aquilo que ele está sendo apresentado é uma ironia e passa a se reconhecer na caricatura. Quando isso acontece a paródia se torna um pastiche.



O pastiche é, como na paródia, a imitação de um estilo singular ou exclusivo, a utilização de uma máscara estilística, uma fala em língua morta: mas a prática desse mimetismo é neutra, sem as motivações ocultas da paródia, sem o impulso satírico, sem a graça, sem aquele sentimento latente da qual ainda existe uma norma, em comparação com a qual aquilo que está sendo imitado é, sobretudo, cômico. O pastiche é paródia lacunar, paródia que perdeu o senso de humor” (JAMESON, Frederic. “Pós-Modernidade e Sociedade de Consumo” IN:Novos Estudos Cebrap, São Paulo, número 12, junho de 1985, p. 18).
Se tratando de simbologia illuminati é muito fácil acontecer de uma paródia se tornar um pastiche pelo fato de haver tanta especulação, tanta confusão de pensamento, tanta gente paranoica esquizofrênica que não consegue diferenciar o que é verdadeiro de apenas uma ironia. Até a "mídia grande" é facilmente tragada pela falsa notícia e por pegadinhas que deveriam ser facilmente percebidas como sarcásticas, mas que pela necessidade da notícia a qualquer custo e a falta da testificação da mesma, são levadas a sério até a última instância, como foi no caso da pegadinha (veja aqui) do estudante que se fez passar por um atrasado no ENEM. Mas se até jornalistas e editores que trabalham com a notícia e fazem um compromisso de testar a veracidade dos fatos caem em um simulacro, quem dirá a "mídia alternativa"...

Para finalizar eu vou deixar essa imagem abaixo com o seguinte questionário: A imagem 3 é é de fonte séria como na imagem 1, ou é uma sátira como na imagem 2? Perceba que tem o conteúdo semelhante à imagem 1 , porém a estrutura é a mesma da imagem 2. 
Imagem 3
Se você teve dificuldade em discernir, é até normal, isso é fruto da guerrilha semiológica que virou a internet. Cria-se uma mídia alternativa que vai contra a mídia centralizada e ao mesmo tempo se constrói uma mídia ainda mais alternativa que vai contra os exageros da mídia alternativa inaugural. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Monumento à Paz em Goiânia

Goiânia é uma das cidades mais arborizadas do mundo. No Brasil, liderou por algum tempo o ranking de árvores por habitante, embora recentemente, se não me engano, Campo Grande tenha a superado. Os pontos altos da cidade se resumem a parques e shoppings, embora as pessoas ainda prefiram lotar este último, os parques em média possuem uma boa movimentação (até porque você não tem muita escolha). Fazia algum tempo que não ia a um dos parques mais antigos da capital, o Bosque dos Buritis, a última vez eu ainda não conhecia nada sobre a Ordem Mundial de Baha'u'llah. Mas chegando lá dessa vez finalmente resolvi ler o que estava escrito no monumento próxima à entrada, com algumas letras faltando estava escrito algo em torno de "a terra é um só país, e os seres humanos seus aõs. B  au l  ".
O Monumento à Paz Mundial é uma obra de autoria do artista plástico Siron Franco localizada no interior do Bosque dos Buritis, no Setor Oeste, em Goiânia, capital do estado brasileiro de Goiás. O monumento lembra o primeiro ano de aniversário do acidente com o césio-137 em Goiânia, o pior acidente radiológico do mundo. Concluído em 1988, a obra foi construída sob encomenda da Comunidade Internacional Bahá'í, uma organização não-governamental ligada à Fé Bahá'í. (ver aqui)
Qualquer religião, organização ou coisa semelhante tem o direito levantar um monumento, não há problema nenhum nisso, mas aqui vão algumas considerações a respeito deste monumento em específico:
1/ não foi a comunidade baha'i propriamente dita que solicitou a sua construção e sim "uma organização não-governamental ligada à Fé Baha'i", isso mostra o caráter não religioso da instituição, o objetivo aí (e em tudo que a fé baha'i organiza) não é visando a disseminação da religião (templos, ritos, etc.) e sim dos ideais de unidade da humanidade dos mesmos. Quando tratamos de comunidade baha'i  não somos contra a religião em si, mas de seu caráter político progressista.
2/ a comunidade baha'i não se mostra como religião, como já pontuei acima, e para atingir seus objetivos deve sempre ter seu nome ligado às questões de cunho social, levando a "paz mundial", assim ninguém fecha a cara, pois quem vai se opor a alguém que só quer levar a paz mundial ao invés de vir encher o saco falando de seu "deus".
3/ o nome de Baha'u'llah nem é tão importante assim, tanto que foi o primeiro a ter as letras caídas (roubadas?), e mais uma vez o nome do prometido fica oculto, mesmo que por ironia da ação do tempo. E por falar em tempo, o monumento tem o formato de ampulheta e possui em seu interior areia de diversos países ao redor do mundo. Para mim, está claro a ideia de que "a Ordem Mundial de Baha'u'llah está congregando toda a terra e isso é só uma questão de tempo".
Tão vasto é o seu alcance que abarcou todos os homens antes que eles disso se apercebessem. Dentro em breve a sua força soberana, a sua influência penetrante e a grandeza de seu poder manifestar-se-ão sobre a face da terra. Kitab-i-aqdas
homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos. Habacuque 2:5
Essa não é o único monumento à paz do Brasil. Existe um outro, por exemplo, na Av. Marechal Câmara  Pça. 22 de Abril no Rio de Janeiro.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A imanentização escatológica


Imanentizar o Eschaton [1] é uma expressão que surgiu na obra de Eric Voegelin, Nova Ciência da Política, mais precisamente no capítulo "gnosticismo - a natureza da modernidade".
 
Algo imanente é o mesmo que algo intrínseco ou inerente. Em outra palavras, a imanentização se refere à tentativa moderna em conjecturar um futuro que, segundo os mesmos, é intrínseco a própria história do homem, o qual é a síntese da mentalidade revolucionária. É escatológica  pois carrega consigo a certeza de que vai acontecer independente de que rumos as coisas tomarem, o que é de natureza profética. Por exemplo: "Cristo voltará" é algo imanente à história humana, é uma certeza de que acontecerá, e é escatológica pois se refere a algo futuro e referente ao final de tudo.
 
A grande diferença entre a fé na volta de Cristo e a imanentização escatológica do homem moderno é que este último carrega consigo a marca da besta, que hoje é a esperança de construir um "reino de Deus na terra". Enquanto o primeiro tem apenas a certeza de uma glória futura dependente apenas do Pai, o segundo sente a responsabilidade de trazer a Glória de Deus a um paraíso terrestre. E como está afirmando o título do capítulo de Eric Voegelin, o gnosticismo esta quase que imanente ao pensamento do homem moderno, e segundo o mesmo "a gnose libertou o homem das incertezas da fé". Isso vai de encontro com a ideia que desenvolvi neste artigo: O saber, a dúvida e a revelação do iníquo.

Há duas maneiras de perceber o tempo: uma é como cíclico e outra é como linear. Entender o tempo como cíclico é típico de uma análise religiosa do mesmo, em que esses ciclos estariam ligados aos períodos sagrados e profanos. Já entender o tempo de maneira linear tornou-se comum após o desenvolvimento científico, pois o homem passou a almejar sempre um progresso ao longo do tempo, rejeitando a ideia de voltar a um período menos desenvolvido. Este último é que ocasiona a imanentização escatológica em que o homem rejeitando a ideia de um período pior do que o hoje, sempre vê o amanhã de maneira utópica.

Devemos nos posicionar contrário a todos aqueles que apoiam suas ações de hoje baseando-se em um futuro incerto. Sabemos que esse futuro que não está claro na mente de tal pessoa é o reino da besta do abismo, deságua na Ordem Mundial de Baha'u'llah, aliás essa é a junção das duas análises a respeito do tempo, a cíclica e a linear-progressista. É cíclica na medida em que admite ciclos de revelações dos manifestantes solares e é progressista na medida em que esses manifestantes são uma revelação progressiva da divindade.

Sabemos também que todos os que se acham "ungidos", "iluminados" ou qualquer outra coisa nesse sentido, serão aqueles que irão compor os cargos mais altos que a nova ordem mundial pode oferecer, nos parlamentos que constituem as políticas globais do novo cidadão que a essa altura não estará marcado apenas internamente com esses ideais.

1. http://felipepimenta.com/2013/04/08/a-tentativa-de-imanentizar-o-eschaton-por-eric-voegelin/
 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O iluminismo e a imanentização escatológica

Até o século XVIII o homem entendia que o futuro se dava a partir de um conjunto de ações e fatores que iriam além da capacidade do ser humano controla-los. Acreditar que "o futuro a deus pertence" era de um tanto comum ao homem pré-iluminismo. Nesse sentido o futuro era sempre incerto, porém com a consolidação do pensamento iluminista o homem vestiu-se da noção de que o futuro da humanidade dependia tão somente da própria humanidade. Mas sabemos que essa de "o futuro só depende de nós" é a maior mentira que o homem sustenta desde então. [1] Aos que proclamam que "o homem" deve tomar nas mãos o seu próprio destino acabam por esquecer que, na prática, isso sempre e invariavelmente resulta em que alguns poucos homens passarão a decidir o destino dos outros.
 
Como resultado óbvio a partir do que está destacado no parágrafo acima é a formação de um grupo "iluminado" responsável por achar o que é melhor para  a humanidade. Somente a partir disso que hoje massas são manobradas com a promessa de um mundo melhor. Mas foi também somente a partir disso que podemos hoje afirmar que a humanidade tende à um declínio moral, a abandonar por completo a cristandade, em outras palavras, "caminhar para a perdição". Com "iluminado" não me retenho a iluministas, mas todos aqueles que se acharem assim - marxistas, bahaistas, progressistas, etc. Além do próprio cenário de imanentização escatológica ("o paraíso é aqui") criado a partir do iluminismo, outro resultado direto da influência desse na escatologia é a própria análise pragmática escatológica.
 
Quando soltamos a frase "é o fim dos tempos", baseamos tal pensamento a partir de uma análise do nosso meio. Esse meio é constituído basicamente pelas ações das pessoas ou da própria natureza. Quando um furacão de grande magnitude devasta fortemente uma área, ai há quem pense "é o fim dos tempos", tal pessoa está apostando suas fixas em uma análise nas ações da natureza. Por outro lado, quando passa no noticiário que um filho matou seu pai, há também quem diga que "é o fim dos tempos", essa pessoa analisou a ação do homem para com o próprio homem para chegar a essa conclusão.
 
Devemos entender que quando dizemos "é o fim dos tempos" fazemos em decorrência da noção que o futuro pertence ao homem sustentado pela sociedade pós-iluminismo, já que até o século XVIII ninguém se atrevia a dizer muito sobre o dia de amanhã. Foi o iluminismo que ajudou a criar o cenário teórico escatológico de hoje (para o bom e para o mau). As gerações do século XIX já tendo sido criadas a partir da ideia de que o futuro é algo que está no nosso alcance e, se está ao nosso alcance, cabe a nós também analisá-lo e tirar conclusões, foram responsáveis por doutrinas que surgiram em torno da imanentização escatológica (milenaristas): mórmons, testemunhas de Jeová, adventistas, pós-milenistas, etc. (ver: Qual o problema com Roma?)
 
Apesar da existência de ordens a nível mundial progressistas, não devemos ser arrastados pela onda e sustentar nossa fé na vinda de Cristo em análises supérfluas oriunda das mesmas. O futuro somente a DEUS pertence, por mais evoluída que possa parecer as teorias apocalípticas, devemos sustentar nossa fé na rocha, que é CRISTO.  
 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Primeiro troféu idiota útil

Outra observação a respeito da sobriedade: a origem de grande parte das teorias conspiratórias pode ser associada a quatro fontes principais:

Fontes socialistas de ideologia esquerdista;
Fontes nacional-socialistas da direita radical;
Fontes esotéricas;
Fontes islâmicas; 

(Daqui)

Este é um texto engraçado, para não dizer outras coisas que pensei, na medida em que o autor afirma que quem coloca os EUA como desempenhando um papel fundamental dentro das análises escatológicas (a fim de estabelecer uma nova ordem), os fazem em decorrência de "fontes socialistas de ideologia esquerdista" e, por outro lado, também através de "fontes nacional-socialistas da direita radical".

Ora meldeos do céu!!! Quem tem conhecimento da existência de fontes socialistas com o intuito de degradar a imagem estadunidense (e de fato existe) devia, no mínimo, saber que quem coloca o nacional-socialismo dentro do espectro político na direita radical, o faz sob influência direta de fontes socialistas! A cegueira é tanta que o autor sente a necessidade de colocar "socialista de ideologia esquerdista", quando isso devia ser um pleonasmo. Mas não para os que caem na ladainha esquerdista de que o nacional-socialismo (nazismo) é de extrema direita. (Ver: a extrema direita de hoje)

Parabéns autor do texto em questão, você pode se considerar um idiota útil.


Muitos têm a crença que nacionalismo é uma característica própria da direita, até porque "o operário não tem pátria" é uma máxima para defender a internacionalização da causa marxista. Ao considerarmos um socialista em uma nação não socialista, obviamente este não será nacionalista. Mas se esta mesma nação se tornar socialista, este indivíduo socialista automaticamente se tornará nacionalista, apesar da internacionalização da causa.

O nacionalismo sempre esteve presente nas nações socialistas. Foi o nacionalismo o responsável pelo conflito Tito-Stálin no final da década de 1940. O forte ideal nacionalista esteve presente nas duas partes do conflito. Da parte de Tito, da Jugoslávia, que não queria se submeter por completo à autoridade de Stálin, e da parte deste também por querer que sua nação fosse hegemônica no comando das demais nações socialistas.
Charge retratada no filme iugoslavo de título em português "Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios" mostrando o sentimento dos titistas em relação a autoridade de Stálin. A charge mostra como se Marx estivesse em nome de Stálin, e não o contrário como deveria ser naturalmente.






Filme mostra a trajetória de "cristo" até a Ordem Mundial de Baha'u'llah

O filme A Montanha Sagrada de Alejandro Jodorowsky nos apresenta de maneira insigne um cenário que não podemos deixar de confrontar com o simbolismo que já estamos acostumados. 

O filme começa com um homem crucificado que se assemelha a imagem estereotipada de Jesus Cristo. Porém, na sequencia do filme sabe-se que este não era o tal, mas sim um ladrão que igualmente fora crucificado. Ao andar pela cidade foi utilizado de molde para várias estátuas de Cristo por alguns romanos gulosos e uma figura tosca de Maria. O autor do filme, de uma maneira bem surrealista como só ele, demostrou criticamente que a imagem de Cristo foi usada de forma deliberada pela ICAR. De uma maneira irônica o Cristo que estavam a esculpir era na verdade um ladrão.
E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte. Isaías 56:11
Depois o Ladrão fora atraído por um pouco de ouro que servia de isca em um anzol, e subindo com este chega ao topo de uma torre.
Ele a todos levantará com o anzol, apanhá-los-á com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará. Habacuque 1:15 
Ao chegar no interior da torre e romper com uma película que selava o local com o exterior, ele encontra o Alquimista, este homem à esquerda vestido de Branco entre dois bodes e duas torres, uma branca e outra preta. Resumidamente este representa o Senhor das Hostes o qual Baha'u'llah se referiu ter recebido o chamado, é a figura mais sublime que cada Ordem reverencia, seja a "ordem branca" (baha'i & CIa) ou "ordem preta" (illuminat & Cia). A coluna preta possui três linhas inteiras paralelas entre si e a branca possui as mesmas três linhas, porém cortadas ao meio. É como na bandeira da Coréia do Sul, em que as três linhas inteiras representa o céu e as cortadas representam a terra.

O Alquimista possui um colar com nada mais nada menos que um eneagrama. É um símbolo antiquíssimo formado por nove linhas que se ligam dentro de uma circunferência. Os pontos onde as linhas tocam o círculo são numerados de 1 a 9, daí o significado da palavra em grego – “nove pontos”. Ninguém sabe ao certo sua origem, mas estima-se que tenha mais de 2500 anos. Zoroastro e Pitágoras debruçaram-se sobre ele, mas foi o russo G.I. Gurdjieff o sábio que mais se dedicou a seus mistérios. Segundo J.G. Bennett, autor de O Eneagrama (Pensamento-Cultrix), esse desenho mítico possui significados e aplicações diferentes, em vários campos do conhecimento. Em determinadas regiões da Ásia, é utilizado para prever o futuro. No Ocidente, serve a estudos da personalidade, ajudando a identificar qualidades e fraquezas nas pessoas. Para alguns psicólogos, cada um dos nove pontos representa um padrão de comportamento (o metódico, o generoso, o sofredor etc.). “É possível identificar a motivação básica de um indivíduo, uma fixação do ego que acontece muito cedo na vida, de forma inconsciente”, afirma Nelson Mariz de Lyra, professor de eneagrama no programa de MBA da Universidade de São Paulo. “O eneagrama é um instrumento muito prático, mas ainda trata de traços gerais, pois cada pessoa é única.” (ver mais a respeito)

Agora, o Alquimista que carrega consigo uma das variações do símbolo máximo da ordem mundial de baha'u'llah, leva o Ladrão a uma sala onde vai encontrar mais sete indivíduos. Isso mesmo,! O "Cristo" e mais sete. Qualquer semelhança que você veja entre isso e os manifestantes solares/reis de apocalipse 17 fica por sua conta. Está então formado o grupo dos dez: O Alquimista, os oito aprendizes e uma mulher que acompanha o alquimista. Ele os inicia nos mistérios dos nove em busca da imortalidade e promete após todos alcançarem o pico da montanha sagrada revelar o segredo fundamental.  É interessante notar que cristo, no caso o Ladrão, foi o personagem principal até ele se encontrar com os demais discípulos do alquimista, depois disso ele se tornou apenas mais um. É exatamente isso que está a acontecer, do ponto de vista ocidental o cristianismo é a religião que está em evidência, mas aos poucos o cristianismo está deixando de ser 'a' religião para se tornar 'uma' cabeça da besta. A quebra da hegemonia de qualquer religião que seja para dar ênfase na unidade do gênero humano.

Ao fim do filme é então revelado o segredo: "isso é um filme".