sábado, 27 de setembro de 2014

Sede unidos, ó soberanos da Terra!...

Uma das características mais fortes daquele que seria o mundo unificado, dentro de uma perspectiva de Nova Ordem Mundial segundo Baha'u'llah, seria visível na concordância, por parte dos diversos governantes, em guerrear contra forças que de alguma maneira quebrassem a harmonia entre os povos.
Sede unidos, ó soberanos da Terra!... Para que desse modo sejam acalmadas as tempestades entre vós e vossos povos encontrem o sossego. Se algum de vós levantar armas contra outro, erguei-vos todos contra ele, pois isto nada mais é que justiça manifesta.[1]
Recentemente, o grupo jihadista Estado Islâmico, conhecido também pela sigla ISIS (Islamic State in Iraq and Syria), tem feito líderes de todas as partes do globo refletirem sobre a possibilidade de intervenção internacional nos lugares onde o grupo atua, territórios divididos na Síria e no Iraque.

O que difere tal grupo terrorista dos demais talvez seja a forte propaganda que este faz de si. Vídeos os quais mostram grupos minoritários, como xiitas e cristãos, sendo decapitadas são jogados aos montes na internet e causam grande comoção. A agitação promoveu um encontro entre líderes mundiais para estabelecer ações que neutralizassem as barbáries cometidas.

Mesmo a luta parecendo ser justa e necessária, não há nenhum ponto de referência que venha confirmar uma possível vitória por parte internacional. Isso faria da guerra um conflito gratuito. 

Os Países vizinhos aos territórios de atuação do ISIS não pediram nenhuma ajuda internacional. A intromissão de países que não têm suas seguranças nacionais ameaçadas pelo grupo serve, por um lado, como promoção da ideia de harmonia da aldeia global e serve também, por outro lado, para mostrar a ainda soberania estadunidense nas questões de guerra, até à sua submissão ao governo regido por um corpo executivo mundial.

Notas
[1] ARAÚJO,  Washington. Introdução ao Pensamento de Bahá'u'lláh. Editora Planeta Paz

sábado, 13 de setembro de 2014

A doçura no discurso do "Sim!"

O discurso que vem na mão da Nova Ordem Mundial se utiliza de uma estratégia linguística que parte da recorrência de "temas universais de consenso". Trata-se de abordar temas de fácil adesão, assuntos para os quais ninguém pode dizer um "não". Entretanto, tais são expostos de modo fragmentado, fora de um contexto e de caráter não-politizado.

A propaganda da ordem mundial se apropria de temas como o fim da miséria, o combate às doenças, a preservação do meio ambiente, entre outros objetivos (e não metas), e associa-os ao número, nome e sinal do cristo cósmico Baha'u'llah. Afinal, ninguém pode ser contra o fim da miséria, contra o combate às doenças, ou mesmo contra a preservação do meio ambiente.

De tão genérica que são as campanhas a favor de "um mundo melhor", nem nada nem ninguém é capaz de confrontá-las, o fazendo seria como "ser contra um mundo melhor". As divergências giram em torno da questão de "como fazer um mundo melhor?", mas o objetivo dessas campanhas não é responder a tal pergunta. É como no Rock in Rio 2001 cujo slogan foi "Por um mundo melhor", ninguém se levantou contra essa ideia, embora nada tenha se acrescentado à tentativa de realizá-la.

Isso ocorre não por falha dos idealizadores. Acontece que essa é uma responsabilidade de uma plêiade de iluminados, uma elite de pneumáticos. O cidadão comum fica apenas com a parte genérica e superficial do assunto. Mesmo com um parlamento mundial a coisa não mudaria. O caráter não-politizado da abordagem sobrepõe qualquer eventual resultado desta acima de críticas com viés político. É dessa maneira que a união civil de pares homossexuais, por exemplo, não está a cabo de partido A ou B, antes é um processo de agenda subsidiada por agências internacionais de lealdades supranacionais.

Aquele discurso doce do início só se mostrará amargo quando já for tarde demais para recusá-lo.