sábado, 13 de setembro de 2014

A doçura no discurso do "Sim!"

O discurso que vem na mão da Nova Ordem Mundial se utiliza de uma estratégia linguística que parte da recorrência de "temas universais de consenso". Trata-se de abordar temas de fácil adesão, assuntos para os quais ninguém pode dizer um "não". Entretanto, tais são expostos de modo fragmentado, fora de um contexto e de caráter não-politizado.

A propaganda da ordem mundial se apropria de temas como o fim da miséria, o combate às doenças, a preservação do meio ambiente, entre outros objetivos (e não metas), e associa-os ao número, nome e sinal do cristo cósmico Baha'u'llah. Afinal, ninguém pode ser contra o fim da miséria, contra o combate às doenças, ou mesmo contra a preservação do meio ambiente.

De tão genérica que são as campanhas a favor de "um mundo melhor", nem nada nem ninguém é capaz de confrontá-las, o fazendo seria como "ser contra um mundo melhor". As divergências giram em torno da questão de "como fazer um mundo melhor?", mas o objetivo dessas campanhas não é responder a tal pergunta. É como no Rock in Rio 2001 cujo slogan foi "Por um mundo melhor", ninguém se levantou contra essa ideia, embora nada tenha se acrescentado à tentativa de realizá-la.

Isso ocorre não por falha dos idealizadores. Acontece que essa é uma responsabilidade de uma plêiade de iluminados, uma elite de pneumáticos. O cidadão comum fica apenas com a parte genérica e superficial do assunto. Mesmo com um parlamento mundial a coisa não mudaria. O caráter não-politizado da abordagem sobrepõe qualquer eventual resultado desta acima de críticas com viés político. É dessa maneira que a união civil de pares homossexuais, por exemplo, não está a cabo de partido A ou B, antes é um processo de agenda subsidiada por agências internacionais de lealdades supranacionais.

Aquele discurso doce do início só se mostrará amargo quando já for tarde demais para recusá-lo. 

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