sábado, 29 de março de 2014

Gaga mostra a parcial submissão de Lilith

Lilith é conhecida pela sua não submissão. Conta a lenda que Lilith se distanciou de Adão porque ficava por baixo na relação sexual. O sentimento de altivez na figura de Lilith é o mesmo descrito para a Prostituta (ver: Lilith, a prostituta que monta a besta?).
Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto. Apocalipse 18:7
A Prostituta monta a besta até um determinado momento, depois ela é desolada e passa a um estado de submissão. O chamado filme pop da cantora Lady Gaga inicia-se com uma cena muito peculiar: uma espécie de anja ferida em uma terra desolada, com cédulas espalhadas no chão e homens de paletó tentando pegar as notas que estão a cair.


Com dificuldades, Gaga de asas tenta se locomover. Nota-se que uma flecha atravessa seu corpo. Mais à frente percebe-se que ela também carrega um arco. Gaga é um ícone da indústria do entretenimento que por sua vez é um símbolo do domínio babilônico. Ela fez esse "filme pop" com o propósito de ilustrar como os empresários estavam agindo com a sua carreira. Em linhas gerais podemos dizer que essas flechas representam o talento da artista, de modo que Gaga quis mostrar que foi ferida com o seu próprio talento.

Voltando para o campo que nos interessa, Gaga representando não só a si mesma, mas a todo o domínio babilônico, entendemos que a personagem ser atacada com flechas próprias significa a ação do globalismo ocidental iluminista em relação a si mesmo. O ataque ao WTC por exemplo. O arco de Baha'u'llah não possui flechas, não tem o intuito de ferir ou atacar, esse papel é da ordem illuminati.

Logo depois, a suposta anja chega a um determinado local frente a uma porta onde deixa o arco e é carregada para dentro por dois homens de capa preta. A desolação da Prostituta tem um caráter sacrificial, basta lembrar da série Supernatural em que Lilith precisava ser morta para que Lúcifer fosse liberto. O sacrifício é preciso para que a velha ordem, condensada no "imperialismo americano", seja transformada em uma nova ordem, por um processo de ressurreição, morrer para reviver. Gaga é levada de modo a ficar em uma posição como se estivesse presa a uma cruz.




Este lugar é o famoso Hearst Castle, lugar escolhido pela produção para representar o update espiritual da Ordem Mundial (de 666 para 999). Ela é levada para um lugar específico do castelo, a piscina Netuno, de aspecto greco-romano. Ali ocorre uma espécie de batismo, mas antes uma aparição da estrela de oito pontas, simbolo da ressignificação, da continuidade e da eternidade, processo esse que ocorre por meio do oitavo rei, o cristo cósmico Baha'u'llah.


Depois Gaga ressurge de branco. A letra da música diz que ela quer "ser a garota submissa a você" e depois afirma que quer "controlar completamente este amor". Essa é a Lilith que quer estar por baixo e por cima ao mesmo tempo. No filme ainda ressuscitam Jesus (como se ele estivesse morto), Gandhi e Michael Jackson afim de cloná-los, encher o mundo de cópias deles para fazer deste um mundo melhor.


domingo, 23 de março de 2014

O panteísmo na economia espiritual/divina

O deus das forças como é descrito a noção divina para o mundo anticristão se manifesta dentro do campo científico semelhantemente ao conceito panteísta-naturalista (ver: o deus do anticristo 2). Essa noção materialista se contrapõe às análises espiritualistas de Baha'u'llah que deram origem ao seu projeto de Ordem Mundial. Porém a visão materialista não é unânime dentro dos estudos científicos, paralela a essa visão tradicional no campo das ciências a teoria do físico indiano Amit Guswami rejeita o materialismo e se apoia na física quântica para sustentar a sua ideia de que nem tudo é matéria.

Amit Goswami
O conceito de economia espiritual criado pelo físico Amit Guswami em decorrência de sua visão espiritualista nos faz lembrar da noção de economia divina dentro da Ordem Mundial de Baha'u'llah. Dentro dessa economia espiritualista de Guswami, o principal fator deveria ser algo não material, a saber, a consciência humana. Para Amit, a consciência não está separada de Deus e não existe uma consciência individual, apenas ilusões de uma devido a acontecimentos próprios ao indivíduo, ou melhor dizendo em sua teoria, de diferentes escolhas dentro das possibilidades quânticas.

Embora a visão de deus dentro da análise espiritualista de Guswami se distancie do panteísmo-naturalista tradicional da ciência, acaba por se aproximar de um panteísmo-espiritualista que atende às necessidades instruídas por Baha'u'llah em seu livro Os Sete Vales (ver: o deus do anticristo 3). Nesse livro Baha'u'llah ordena a todo aquele que volver sua face à luz por ele emanada que se livre do ego (ilusão de consciência individual) e alcance o oceano da proximidade e união (consciência una/universal).

Essa consciência universal e criadora, ao ver de Guswami, não diferencia da consciência/ser da criatura, podemos até dizer que a consciência humana não foi uma criação de Deus, para essa concepção, mas que ela é participante Dele. É nisso que se consiste o panteísmo-espiritual.

Para aprofundar-se:

A Economia Espiritual de Amit Guswami

A Ponte entre a ciência e a religião

sábado, 15 de março de 2014

A natureza hegeliana do Executivo Mundial

As análises bíblico-escatológicas mais conhecidas no meio evangélico parecem percorrer um mesmo caminho que coloca a figura de um anticristo como ponto central. Esse é talvez o maior erro que podem cometer. E por que isso acontece? Porque essas pessoas tendem a  querer condensar todo o mal em algo ou alguém e, quando este "mal" está "distribuído", não conseguem enxergá-lo, pois estão acostumadas com super vilões. Tente dizer que existem por aí milhares de anticristos e filhos da perdição para essas pessoas e elas vão dizer que tais termos referem-se a uma pessoa em especial e não à várias. Esse super anticristo nunca existirá, o que será um grande problema se alguém depender disso para perceber que é o tempo do fim, se perceber já será tarde.

Superada a primeira impressão a respeito do anticristo, podemos entender o papel do Executivo Mundial na Nova Ordem Mundial sem que para isso eu o coloque em uma esfera de importância que ele não tenha.

Primeiramente, devemos compreender que a Ordem Mundial segundo Baha'u'llah deve ser uma espécie de monarquia constitucional, tal como o modelo britânico. Outra coisa que devemos entender é que não é só porque Baha'u'llah afirmou uma coisa que ela será por esse motivo. Abdu'l-bahá, em suas palestras na Europa no início do século XX, afirmou que do oriente vinha a luz da espiritualidade e do ocidente a liberdade e o agir do governo. Nesse sentido, o que "de bom" (bom para quem?) foi produzido a partir do século XIX (século do advento da fé baha'i) o foi em decorrência dos reflexos das luzes a qual o cristo cósmico havia emanado. Em outras palavras, quem quer que esteja a defender um modelo de monarquia constitucional não o faz diretamente em decorrência do que Baha'u'llah disse, mas do que alguém do ocidente disse.

Este "alguém do ocidente" neste caso é Hegel. O modelo de governo defendido pela fé baha'i é assumidamente de origem divina. Segundo Hegel, se temos um governo que é justificado por algo superior e de conhecimento exterior (natureza transcendental), tal como a Ordem Mundial de Baha'u'llah, ela está em si só condenando todos à alienação. A solução estaria na personificação dos governados na figura do governante, em outras palavras, é preciso que exista um "idiota como todos os outros". Para Hegel, o monarca é apenas a representação  de todos, e levando para o nosso lado, se o executivo mundial é o anticristo ele só o é porque há tantos outros milhares de anticristos para serem governados.

Idiota como todos os outros

segunda-feira, 10 de março de 2014

A imanentização em torno da Causa da unidade da humanidade

Como expliquei em um outro momento, a tendência do homem pós-moderno é rejeitar a transcendentalidade de Deus e o acomodar dentro de uma esfera imanente. Sendo assim, como ficam então as religiões de cunho transcendente? Ao meu ver, tendem a desaparecer ou se tornar cada vez mais imanentes.

A transcendência divina na Fé Baha'i

A Fé Baha'i admite a noção de um Deus transcendente.  A transcendentalidade de Deus é um dos elos que a Fé Baha'i afirma existir entre todas as grandes religiões mundiais, o qual seria o fator para reconhecer que todos os manifestantes vieram da parte deste ser soberano, que seria o mesmo em todos os casos. Todos os profetas das grande religiões mundiais estariam interligados por uma Causa divina, o que faz de cada um deles contribuidores dessa, cuja plenitude estaria sendo alcançada em nossos dias com o advento de Baha'u'llah.

Se a fé Baha'i admite a ideia de um Deus transcendental, que é objeto de rejeição da pós modernidade, como explicar o avanço da nossa civilização (ou o que sobrou dela) rumo à Ordem Mundial de Baha'u'llah? Acontece que a imanentização na fé baha'i é encontrada na sua Causa. A única relação de Deus para a humanidade estaria pautada em cima dessa Causa, os profetas se manifestaram para cumprir a Causa etc. E o que é a Causa? Já conhecemos: a unidade da humanidade, o fim de todas as formas de preconceito, erradicação da extrema pobreza, entre outras benevolências rumo a uma espécie de paraíso na Terra.
Quem me segue deve, sob todas as circunstâncias, se empenhar em promover o bem-estar de quem quer que se levante para o triunfo de Minha Causa, dando-lhe em todos os tempos, provas de sua devoção e fidelidade. De A Proclamação de Baha'u'llah aos Reis e Líderes da Terra.
É por isso que a comunidade Baha'i apoia toda a iniciativa que prometa levar ao cumprimento de algum de seus princípios. Por meio disso se torna imanente, pois é próprio da humanidade, é um dever dessa. Nesse sentido, é mais realista que algumas comunidades cristãs milenaristas que esperam pelo sobrenatural para o estabelecimento do milênio, tal acontecimento que ao meu ver,  assim como o surgimento do executivo mundial, é uma consequência e não o fator principal.

Paremos para pensar. Hoje ninguém mais quer reservar um tempo, mínimo que seja, para escutar alguém falar sobre Deus, ante isso preferem "atitudes" (eu não culpo ninguém por isso, senão a própria religião, em sentido estreito, a própria igreja). E essas atitudes ainda estão seletivas, não basta qualquer coisa. Por exemplo, uma casa de recuperação para dependentes químicos administrada por evangélicos ou católicos não entra na lista de "atitudes que visam o progresso". Uma "atitude progressista" em cima disso seria a não acusação de "drogado" sobre um usuário de maconha, inauguralmente, ou mesmo de drogas mais pesadas, posteriormente.