segunda-feira, 10 de março de 2014

A imanentização em torno da Causa da unidade da humanidade

Como expliquei em um outro momento, a tendência do homem pós-moderno é rejeitar a transcendentalidade de Deus e o acomodar dentro de uma esfera imanente. Sendo assim, como ficam então as religiões de cunho transcendente? Ao meu ver, tendem a desaparecer ou se tornar cada vez mais imanentes.

A transcendência divina na Fé Baha'i

A Fé Baha'i admite a noção de um Deus transcendente.  A transcendentalidade de Deus é um dos elos que a Fé Baha'i afirma existir entre todas as grandes religiões mundiais, o qual seria o fator para reconhecer que todos os manifestantes vieram da parte deste ser soberano, que seria o mesmo em todos os casos. Todos os profetas das grande religiões mundiais estariam interligados por uma Causa divina, o que faz de cada um deles contribuidores dessa, cuja plenitude estaria sendo alcançada em nossos dias com o advento de Baha'u'llah.

Se a fé Baha'i admite a ideia de um Deus transcendental, que é objeto de rejeição da pós modernidade, como explicar o avanço da nossa civilização (ou o que sobrou dela) rumo à Ordem Mundial de Baha'u'llah? Acontece que a imanentização na fé baha'i é encontrada na sua Causa. A única relação de Deus para a humanidade estaria pautada em cima dessa Causa, os profetas se manifestaram para cumprir a Causa etc. E o que é a Causa? Já conhecemos: a unidade da humanidade, o fim de todas as formas de preconceito, erradicação da extrema pobreza, entre outras benevolências rumo a uma espécie de paraíso na Terra.
Quem me segue deve, sob todas as circunstâncias, se empenhar em promover o bem-estar de quem quer que se levante para o triunfo de Minha Causa, dando-lhe em todos os tempos, provas de sua devoção e fidelidade. De A Proclamação de Baha'u'llah aos Reis e Líderes da Terra.
É por isso que a comunidade Baha'i apoia toda a iniciativa que prometa levar ao cumprimento de algum de seus princípios. Por meio disso se torna imanente, pois é próprio da humanidade, é um dever dessa. Nesse sentido, é mais realista que algumas comunidades cristãs milenaristas que esperam pelo sobrenatural para o estabelecimento do milênio, tal acontecimento que ao meu ver,  assim como o surgimento do executivo mundial, é uma consequência e não o fator principal.

Paremos para pensar. Hoje ninguém mais quer reservar um tempo, mínimo que seja, para escutar alguém falar sobre Deus, ante isso preferem "atitudes" (eu não culpo ninguém por isso, senão a própria religião, em sentido estreito, a própria igreja). E essas atitudes ainda estão seletivas, não basta qualquer coisa. Por exemplo, uma casa de recuperação para dependentes químicos administrada por evangélicos ou católicos não entra na lista de "atitudes que visam o progresso". Uma "atitude progressista" em cima disso seria a não acusação de "drogado" sobre um usuário de maconha, inauguralmente, ou mesmo de drogas mais pesadas, posteriormente.

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