segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A superação do Estado Orwelliano

O Best-seller Jogos Vorazes tentando repetir o sucesso de Harry Potter e Crepúsculo foi aclamado pela crítica cinematográfica devido o diferencial que o filme trouxe consigo para o público infanto-juvenil: um pensamento contestador baseado no modelo distópico orwelliano de um "Big Brother". Essa "crítica" que a série nos traz sobre autoritarismo foi utilizada para ilustrar o pensamento do libertário Jeffrey Tucker em seu artigo aqui traduzido, em que o autor coloca a série em uma lista com mais quatro produções que mostram em seus enredos um cenário de controle governamental generalizado.
"Essa série distópica, altamente popular entre os  jovens, exibe um governo tirano inclinado ao total controle econômico e social. Na série, toda pessoa foi nomeada a um distrito e cada distrito tem certas privações atribuídas. A sociedade tem bastante riqueza, mas essa riqueza é apenas exposta na Capital. Para todos os outros, a riqueza é dividida baseada no favoritismo político e planejamento central."
Mas tanto a crítica cinematográfica quanto o libertário Jeffrey Tucker estão desatualizados. Ao menos essa é a opinião do pesquisador na área da comunicação Wilson Roberto apresentada no blogue em que administra. [1]
"O modelo de Estado orwelliano como um gigantesco Big Brother tornou-se tão antigo frente à nova ordem mundial da Globalização, que se tornou tema dileto para Hollywood parecer “contestador”, para se confrontar à crítica comum feita a ela de produzir filmes alienantes e conformistas."
Essa realidade fica mais clara quando nos deparamos com as declarações de Edward Snowden em que ele afirma (viaque os significados da vigilância descritos por Orwell (escrito em 1948) parecem ingênuos e engraçados, à luz do que está sendo feito hoje. [2]

O cinema estadunidense já transformou o mundo distópico do romance 1984 de George Orwell ou Admirável Mundo Novo de Adous Huxley em clichê para seus filmes receberem uma conotação contestadora e crítica. A situação é basicamente a mesma: uma sociedade pós apocalíptica (pós guerra) em que o cidadão, sob um governo autoritário, não possui liberdade alguma, quem não se lembra do filme Equilibrium? É interessante notar que o contexto de um mundo "pós guerra" esteja sendo semeado dentro da cultura norte americana, quando sabemos que se porventura houver algo próximo de uma terceira guerra mundial se dará em consequência de uma não submissão (a não submissão é uma característica de Lilith) dos EUA ao governo mundial único.

O princípio fundamental que forma a base deste Pacto solene deve ser tão estável que, se qualquer governo violar posteriormente alguma de suas provisões, todos os governos da terra devem se levantar para reduzi-lo à absoluta submissão, mais ainda, a raça humana como um todo deve decidir, com todo o poder à sua disposição, destruir esse governo. Shoghi Effendi - A Ordem Mundial de Baha'u'llah
Esse modelo orwelliano é ultrapassado também quando olhamos os modos de produção capitalista como comparação, pois a rigidez de um agente externo controlador é típico no modo de produção taylorista-fordista no qual o operário era submetido a uma constante pressão de um capataz fiscalizador da produção. Com a introdução dos artifícios da indústria toyotista, a pressão do trabalho deixou de ser proveniente de um agente externo, um capataz, e passou a ser interna, com o próprio funcionário controlando a sua produção fundamentando-as em resultados futuros.

Essa mudança se deu pela revolução tecno-científica que ocorreu na década de 70, a qual outrora nesse post comentei que foi a responsável pelo abandono do interesse do cidadão global  no desenvolvimento científico quanto às questões macrocósmicas e mergulhando em um mundo particular, microcósmico.

A noção de um estado global com um controle rígido sobre população é bem comum nas teorias que colocam toda a força do levante da besta nas mãos de um "anticristo" (surgido de ninguém sabe onde), quando na realidade o agir dessa se dá primeiramente no ser humano, de modo que este mesmo crie toda a situação para o aparecimento do Estado Universal e de seu Executivo Mundial.

Um estado orwelliano é como uma fábrica no modelo fordista: a fábrica explora ao máximo o trabalhador e este não se dá conta que é o elemento que impulsiona a produção. Esse é um sistema bastante instável porque é o modelo base para as teorias marxista de lutas de classes (burgueses/proletariado) e das ações de "revolta do proletariado", pois há uma distinção clara do operário comum para as "mentes pensantes" do processo de produção. O modelo toyotista, diferente do anterior, confunde as noções de classes e o trabalhador não se enxerga mais como só um operário, mas como um membro da empresa a qual é empregado. Esse é o ponto chave para entender os moldes do governo global da ordem mundial de Baha'u'llah em contraste com a Ordem Mundial iluminista, o cidadão global se vê como um agente no processo de construção do "reino de Deus na terra" e não como um explorado pelo Sistema.

Outra coisa que é importante ser observada está nessas palavras do sociólogo polonês Zygmunt Bauman:
Um sistema econômico que não cria mais desigualdades, crescimento dos abismos das classes ou pobreza como nos sistema econômicos clássicos marcados pela exploração da força de trabalho. Simplesmente, o pleno desenvolvimento econômico trouxe a exclusão ou “baixas colaterais”: lixo tóxico, tecnológico e refugos humanos – velhos, estrangeiros, imigrantes etc., todos sem possibilidade de serem integrados. Assim como o lixo informático (baterias, placas etc.) são enterrados em contêineres em algum país africano, da mesma forma uma massa de “redundantes” são empurrados para periferias, guetos ou caçados ou barrados pela polícia de imigração, sem possibilidades de integração. Para o novo sistema global nem são considerados “exército industrial de reserva”, mas “redundantes” e “superpopulação” - veja BAUMAN, Zygmunt. Vidas Desperdiçadas, Jorge Zahar Editores, 2005.
O que Bauman colocou como redundantes para o sistema econômico (velhos, estrangeiros, imigrantes etc.), para um Estado Universal com os princípios sociais anticristãos acabam por ser os próprios cristãos os redundantes do Estado. É dessa maneira que devemos encarar o "comprar e vender" da marca da besta. Não se trata apenas de uma moeda, mas de viver em sociedade, participar do sistema. À medida em que o Estado universal se torna realidade o cristão vai perdendo voz na sociedade, exceto aqueles que quiserem contribuir, ou seja, aderir às ideias (serem marcados). Assim como é o estrangeiro para o sistema econômico descrito por Baumam, que não achando lugar para "comprar e vender" neste, vira um mero ninguém, assim é também um cristão que não aderindo aos ideais do cristo cósmico acabam por ser expelido da sociedade, como já tratei aqui, esta é a morte dos santos.


2 comentários:

  1. Você pode me passar um portal de notícias, site, blog, etc. para que eu possa estar me informando diariamente? Pois não dá pra acreditar na mídia mainstream ou em qualquer site alternativo.
    Grato pela atenção!
    Deus Abençoe!

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    1. Não sei quais você já acessa, mas eu recomendo de início o "Mídia Sem Máscara" a partir desse fui conhecendo os colunistas um a um e analisando quais estão na mesma linha de pensamento que a palavra de Deus no diz sobre esses dias. Por exemplo, o português Orlando Braga, que é católico, mas conhece muito e é contra o marxismo, a maçonaria, o gnosticismo e suas ideias infiltradas no meio cristão como um todo (o milenarismo por exemplo) além do mais com ele ficamos a par das ações do papa pró-NOM. É isso: você conhece uma fonte confiante e essa fonte te passa outra e assim consecutivamente. Espero ter ajudado, e continue acessando o blogue. Obrigado.

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