sábado, 23 de novembro de 2013

A 'Patafísica no caso da prisão de ativistas do Greenpeace

Os 30 membros da tripulação presos em setembro, depois de uma ação contra uma plataforma de petróleo da Gazprom no Ártico, foram acusados de pirataria e, ao final de outubro, de vandalismo. Não está claro se a primeira acusação, que pode ser punida com até 15 anos de prisão, será retirada, enquanto a segunda pode levar a uma pena de até sete anos de detenção
(Daqui
A 'patafísica definida como a "ciência das soluções imaginárias e das leis que regulam as exceções"  foi criada pelo dramaturgo francês Alfred Jarry no século XIX. Influenciou diretamente o Surrealismo e o Teatro do absurdo, em que se utiliza, para a criação do enredo, das personagens e do diálogo, elementos chocantes do ilógico, com o objetivo de reproduzir diretamente o desatino e a falta de soluções em que estão imersos o homem e sociedade.


A verdade é que todas as ações que são resultado direto de uma globalização e de uma "pré nova ordem mundial", são fatos patafísicos. Pois cria-se uma grande trama cujo enredo e personagens são envoltos de uma grande massa ilógica que faz com que toda aquela situação ali seja inútil e desnecessária, mas são pontualmente reveladas a um publico apático em relação a toda essa realidade.

O caso dos ativistas presos na Rússia é só mais um exemplo que estamos vendo nesses últimos dias. A tripulação dentro do navio Artic Sunrise, que outrora também foi alvo do Greenpeace, faz suas manifestações pacíficas como de hábito. Mas dessa vez algo não saiu como o combinado (ou será que sim?). A ativista brasileira em entrevista ao Fantástico revelou que ficou chocada com a prisão.  Ora, ela não deveria ficar chocada coisa alguma! Estranho seria se o governo russo os convidasse para assistir uma peça de Ballet.

Mas qual foi o motivo da prisão, afinal? A aplicação da ciência das soluções imaginárias. O governo poderia mandá-los para a prisão de verdade, ficarem em contato com a bactéria da tuberculose mutante devido ao mal tratamento nos detentos. Ante isso, o governo os prende em selas dentro de uma mesma sala em que os presos podem se comunicar e mandar apoio ao seu vizinho, até mesmo ganhar papel para escrever alguma frase ao mundo que vai estar acompanhando de perto, já que câmeras podem filmar à vontade tudo o que se passa por lá. Se isso não é o bastante, a mídia vai ser a primeira a te confortar depois da sua saída da prisão, a qual é uma solução da solução imaginaria inicial, querer mostrar a sua trajetória de vida, isso tudo apenas porque você supostamente tem uma mesma identidade que o público que vai assistir, a nacionalidade.

Somos produtos de ações estapafúrdias, sem a necessidade de o ser. Ações que são aplicadas apenas para fazer com que nos lembremos que existem certas coisas (no caso, gente que sai por aí no frio de uma Rússia escalando navios para proteger o mundo), para que tais coisas não percam o seu sentido em sê-los.

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