sábado, 27 de abril de 2013

Analisando um poema à luz do misticismo de Baha'u'llah

Simbolismo  é um movimento que aprofunda e radicaliza os ideais românticos, Ele nasceu na França, no final do século XIX, em contraposição ao Realismo e ao Naturalismo. No intenso contato com a cultura, a mentalidade, as artes e a religiosidade orientais, os artistas desta época mergulham nestes valores distintos do pensamento ocidental, mais racional, e espelham em suas criações esta outra visão de mundo.
O poeta mineiro, Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens (1870 - 1921), principal representante do Simbolismo no Brasil, escreveu Ismália, que mostra bem a linguagem mistica dos poemas desses gênero.
O objetivo desta análise é mostrar que independente do contato com as obras de Baha'u'llah, qualquer pensamento místico leva a ele, já que verdadeiramente ele é o cristo dessa era, o cristo cósmico. Talvez ao ler algumas postagens neste blog o leitor não consiga entender o por que de em tudo se achar algo para referenciar à Nova Ordem Mundial de Baha'u'llah, mas isso é resultado da grande operação do erro que acontece em escala mundial e que leva a perdição total.
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...




A figura de linguagem predominante nesse poema é a antítese, que trabalha com os opostos. Podemos ver as polaridades CÉU (999) e MAR (666), e o conflito da alma humana. No primeiro verso é mostrado o estado do ser humano para poder compreender esse conflito, a loucura.  Mas esta é uma loucura diferente, é a loucura dos sábios. Muitas culturas, sobretudo as orientais, consideram a loucura como o mais elevado nível de sabedoria que um ser humano possa atingir. Esse conflito é também a inconstância sentimental causada com a manifestação do cristo cósmico.
Os sete vales, o vale do amor ...Ele rejeita a si próprio e afasta-se de todos na terra.
O amor é um estranho para a terra e para o céu;

Setenta e duas loucuras ocultam-se sob o seu véu!
No poema, Ismália (assim como os dervixes do poema no vale do amor) se afasta da sociedade, além de se por sobre uma torre. Se por sobre um lugar alto representa a busca pelo inalcançável, pelo excelso, o Ser sobrenatural que agraciou Baha'u'llah com a sua suprema manifestação. Biblicamente é a tentativa de Satanás de estabelecer o seu reino acima das estrelas de DEUS.
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Isaías 14 : 13
Ismália vê uma lua no Céu e outra no Mar. Aqui temos o princípio monístico, pois não há duas luas e sim uma lua, já que a lua do mar é um reflexo da lua do céu. Aqui se iguala 666 à 999, pois o que está no mar está no céu e o que está no céu está no mar (principio da tábua de esmeralda)
O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa. Tábua de Esmeralda
Para a filosofia platônica, o Mar do poema representa a desilusão com esta terra (mundo em ruínas), pois ela possui apenas o reflexo do Céu (mundo em forma). Mas Ismália também pode representar alguns cristão que querem o céu e a terra ao mesmo tempo, esses encontram em Baha'ullah a esperança de transformação deste mundo perdido e estabelecer o reino de "deus" aqui mesmo.
No final do poema Ismália vai de encontro com as luas, mas cada uma com o seu plano, alma Céu e corpo Mar. a manifestação espiritual da besta do abismo representa a união desses planos, dessas dimensões, assim mesmo estando na Terra, seus habitantes estarão desfrutando da "glória de DEUS".
É nossa esperança que neste dia esplendoroso, quando os fulgentes raios do Sol do conhecimento divino envolvem a Terra inteira, possam todos alcançar o beneplácito do Amigo e saciar-se inteiramente no oceano de Seu reconhecimento. Baha'u'llah, O Tabernáculo da Unidade
*NOTA DO AUTOR*
Os pensamentos místico aqui apresentado não são partilhados por mim, apenas mostro como eles levam a perdição.

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