sábado, 1 de fevereiro de 2014

O dia em que meu quarteirão gritou, e não era "Gol"

Era para lá das dez horas da noite quando escutei alguns gritos que pareciam sair de cada casa do quarteirão. Mas não havia jogo passando. Soube do que se tratava graças a alguns narradores de novela que tenho como amigos de facebook: o beijo gay. A cena por si só não foi grande coisa, não ganha nem do episódio em que os jogadores do Corinthians deram um selinho.

Mas a cena principal veio logo em seguida e essa eu consegui acompanhar, apesar de eu achar um desperdício de existência. O intuito era achar mensagens coincidentes para alimentar a minha paranoia de todo dia. E olha, os resultados foram excelentes.

A cena final consiste em pai e filho na areia da praia. O pai está a direita do filho (inversamente a DEUS e seu filho, O CRISTO) simbolizando a superioridade do filho (Félix - naquele momento, após a cena do beijo, não é outra coisa a não ser a personificação da "diversidade"). O pai (César - ditador, imperador, durão etc) cede ao amor (que lindo!), mas somente após a vista embaçada do alvorecer do dia.
85. Ó Imperador da Áustria! Aquele que é o Alvorecer da Luz de Deus (...) Abri vossos olhos, a fim de poderdes contemplar esta Visão gloriosa e reconhecer Aquele a Quem invocais durante o dia e a noite, e fitar a Luz que brilha deste Horizonte luminoso. Kitab-i-aqdas
As recorrências da linguagem simbólica usada por Baha'u'llah encontradas na cena da novela são vistas até por cego. A vista embaçada é pelo simples motivo: agora que estamos começando a enxergar a "era dessa revelação gloriosa" a qual Baha'u'llah falava em seus escritos. Esse é um trecho da epístola de Baha'u'llah enviada ao Imperador da Áustria, Franz Joseph I. Mas quem era responsável pelas relações exteriores do império era o primeiro ministro, seu filho, o príncipe Félix de Schwarzenberg.

Franz Joseph I
Félix zu Schwarzenberg
A respeito daqueles que não volverem suas faces ao reconhecimento dessa revelação e o tumulto que estamos vivenciando por esses dias (os parágrafos são meus)
A terra foi sacudida (...) A maioria do povo está confusa em sua embriagues e mostram eles em suas faces evidências de ira. (Aos que nos acusam de homofobia estamos repletos de ira) Assim, fizemos reunirem-se os perversos. (a mídia, como já disse outras vezes, mais que a doutrinação, é responsável por levar ao extremo de opinião. Desta forma, aqueles irados do início são reunidos) (...) Eles os vêm e ainda assim não os reconhecem. Seus olhos estão ébrios; eles são, na verdade, um povo cego.   
Dize: - Os céus foram dobrados e a terra está em Sua Mão. Os corruptos foram apanhados por seus topetes, e ainda assim não compreendem. Bebem da água contaminada e não o sabem. (Água sempre tem uma conotação de ensinamento, palavra, "fonte da revelação", nesse contexto a água contaminada seria a revelação de um manifestante que pelo passar do tempo acabou se contaminando e não mais reflete a pureza inicial, sendo necessário renovar a fonte, se atualizar quanto aos ensinamentos. O que Baha'u'llah escreve em seguida comprova essa tendência) (...) Os versículos de Deus foram revelados, e ainda assim se afastam deles. Sua prova foi manifesta, e, no entanto, eles a ignoram. De "A proclamação de Baha'u'llah"

Essa não é a primeira vez que coincidências com nomes de figuras importantes na história da fé baha'i aparecem em novelas da Globo. Na novela que antecedeu essa, o personagem que ajudou a protagonista a fugir do cárcere a qual estava vivendo na Turquia se chamava Mustafá. É o mesmo nome do líder revolucionário que ajudou a derrubar o Império Otomano e instituir a república da Turquia, liberando assim alguns prisioneiros do cárcere que o Império mantinha, entre eles Abdu'l-bahá, o qual, depois disso, iniciou suas palestras na América e Europa.
Tudo o que podemos razoavelmente aventurar-nos a empreender é esforçamo-nos por obter um pálido vislumbre dos primeiros traços da prometida Aurora, a qual, na plenitude dos tempos, há de dissipar as trevas que envolvem a humanidade. Tudo o que podemos fazer é assinalarmos, em seu mais amplo esboço, o que nos parecem ser os princípios norteadores que alicerçam a Ordem Mundial de Bahá’u’lláh. Shogui Effendi

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