Mostrando postagens com marcador Iluminismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Iluminismo. Mostrar todas as postagens

sábado, 30 de agosto de 2014

Mais notas sobre o futuro

Deus já não é acessível ao Homem moderno. A significação dada pela doutrina bíblica para repetição dos “gestos” da natureza foi abandonada. Com isso, a repetição desses "gestos" sem um propósito à vista dos homens conduz a uma visão pessimista da existência.
O que é, afinal, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; mas se me perguntarem e eu quiser explicar o que ele é, já não sei. — Santo Agostinho
Santo Agostinho, por exemplo, considerava o tempo como cíclico, o qual alternaria-se para além dos movimentos da natureza planetária também entre o período profano e o sagrado.  Essa concepção  de tempo acompanhou o pensamento humano enquanto este via Deus como soberano nessa questão, "o futuro a Deus pertence" dizia o senso-comum.  Para o Homem neo-gnóstico, o Tempo cíclico torna-se insuportável na medida em que se revela como um círculo rodando indefinidamente sobre si.

A partir do movimento iluminista, o homem tenta "tomar as rédeas do seu próprio destino" compreendendo que o futuro não pertence a outro senão a ele mesmo. Dessa maneira, os movimentos que pregam a vinda de um reino de paz e harmonia ganham força quando o homem se vê como um empreendedor dessa realidade utópica.

A revelação progressiva defendida por Bahá'u'lláh assume a posição de crescente sagrado, ou seja, o amadurecimento espiritual da humanidade é algo dado com certo. Neste sentido, os homens que se acham representantes do seu tempo, em oposição ao retrógrados que se opõe (como os verdadeiros cristãos), são tomados como exemplos desse dito amadurecimento espiritual. Basta vermos os engajados em agendas das Nações Unidas,  considerados auxiliadores da causa divina.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O iluminismo e a imanentização escatológica

Até o século XVIII o homem entendia que o futuro se dava a partir de um conjunto de ações e fatores que iriam além da capacidade do ser humano controla-los. Acreditar que "o futuro a deus pertence" era de um tanto comum ao homem pré-iluminismo. Nesse sentido o futuro era sempre incerto, porém com a consolidação do pensamento iluminista o homem vestiu-se da noção de que o futuro da humanidade dependia tão somente da própria humanidade. Mas sabemos que essa de "o futuro só depende de nós" é a maior mentira que o homem sustenta desde então. [1] Aos que proclamam que "o homem" deve tomar nas mãos o seu próprio destino acabam por esquecer que, na prática, isso sempre e invariavelmente resulta em que alguns poucos homens passarão a decidir o destino dos outros.
 
Como resultado óbvio a partir do que está destacado no parágrafo acima é a formação de um grupo "iluminado" responsável por achar o que é melhor para  a humanidade. Somente a partir disso que hoje massas são manobradas com a promessa de um mundo melhor. Mas foi também somente a partir disso que podemos hoje afirmar que a humanidade tende à um declínio moral, a abandonar por completo a cristandade, em outras palavras, "caminhar para a perdição". Com "iluminado" não me retenho a iluministas, mas todos aqueles que se acharem assim - marxistas, bahaistas, progressistas, etc. Além do próprio cenário de imanentização escatológica ("o paraíso é aqui") criado a partir do iluminismo, outro resultado direto da influência desse na escatologia é a própria análise pragmática escatológica.
 
Quando soltamos a frase "é o fim dos tempos", baseamos tal pensamento a partir de uma análise do nosso meio. Esse meio é constituído basicamente pelas ações das pessoas ou da própria natureza. Quando um furacão de grande magnitude devasta fortemente uma área, ai há quem pense "é o fim dos tempos", tal pessoa está apostando suas fixas em uma análise nas ações da natureza. Por outro lado, quando passa no noticiário que um filho matou seu pai, há também quem diga que "é o fim dos tempos", essa pessoa analisou a ação do homem para com o próprio homem para chegar a essa conclusão.
 
Devemos entender que quando dizemos "é o fim dos tempos" fazemos em decorrência da noção que o futuro pertence ao homem sustentado pela sociedade pós-iluminismo, já que até o século XVIII ninguém se atrevia a dizer muito sobre o dia de amanhã. Foi o iluminismo que ajudou a criar o cenário teórico escatológico de hoje (para o bom e para o mau). As gerações do século XIX já tendo sido criadas a partir da ideia de que o futuro é algo que está no nosso alcance e, se está ao nosso alcance, cabe a nós também analisá-lo e tirar conclusões, foram responsáveis por doutrinas que surgiram em torno da imanentização escatológica (milenaristas): mórmons, testemunhas de Jeová, adventistas, pós-milenistas, etc. (ver: Qual o problema com Roma?)
 
Apesar da existência de ordens a nível mundial progressistas, não devemos ser arrastados pela onda e sustentar nossa fé na vinda de Cristo em análises supérfluas oriunda das mesmas. O futuro somente a DEUS pertence, por mais evoluída que possa parecer as teorias apocalípticas, devemos sustentar nossa fé na rocha, que é CRISTO.