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quarta-feira, 18 de março de 2015

Um retrato do que se transformou o "pai nosso" no movimento gospel

Pai Nosso

Ministério Pedras Vivas


Pai nosso nos céus
Santo é o Teu nome
Teu reino buscamos
Tua vontade seja feita
Na terra como é nos céus
Deixa o céu descer
Na terra como é nos céus
Deixa o céu descer
Faz tempo que eu venho notando no que a oração canônica do Pai Nosso vem se reduzindo dentro do movimento gospel. A princípio, notei a retirada do princípio transcendental da oração, e consequentemente do próprio Cristianismo: Seja feita a Vossa vontade. Cristo mostra que sobretudo é a vontade de Deus que deve prevalecer. Entretanto, o movimento gospel se preocupa em pedir o Vosso reino na Terra como no Céu (quanto a isso, veja aqui). Assim na Terra como no Céu diz respeito à vontade de Deus e não ao Vosso Reino.
A canção que abre a postagem aparentemente não rejeita o elemento divino transcendental "Tua vontade", porém insiste em associar uma "celestificação" da Terra, apregoando o princípio hermético de que o que está embaixo (Terra 666) deve vir a ser como o que está em cima (Céu 999).
Fazer o Céu descer quase sempre está associado às sensações sentidas durante o recitar dos mantras gospel as quais se atribuem ao agir do "espírito santo". O que inicia a era dourada da Nova Era e do mundo enquanto Nova Ordem Mundial de Baha'u'llah coincidem com as orações do movimento gospel: uma Terra celestial advinda após a certeza da visitação do espírito santo aos corações humanos.
A nossa morada não é a Terra, Cristo não ora para que Deus transforme-a em um Céu. Temos o Seu Reino invisível em nós, e será esse "nós" que Ele tomará para si.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

A importância do pensamento na Nova Ordem Mundial

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criou no seu governo a Secretaria de Coordenação Estratégica para o Pensamento Nacional. Segundo a descrição publicada no diário oficial do país, entre os objetivos do novo órgão, vinculado ao Ministério da Cultura, está “assessorar e elevar as propostas a serem consideradas pela ministra da Cultura em questões de pensamento nacional e latino-americano”. E ainda: "projetar e coordenar o pensamento nacional, ajustado com as diretrizes que a secretaria definir", interagir "com as diferentes usinas de pensamento existentes no país, com o objetivo de promover e lhes dar um marco maior de institucionalidade" e estimular "a percepção do ser nacional".[1]
É impossível em uma hora dessas não lembrar do célebre Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, escrito por George Orwell, e da sua descrição de uma policia do pensamento dentro de um governo autoritário. Ainda que, de uma forma ou de outra, a policia do pensamento já está presente [2] entre nós há algum tempo, a sua formalização institucional nos faz refletir a importância do pensamento do cidadão comum dentro da Nova Ordem Mundial. 

Foi no século XIX que tivemos o advento da fé baha'i e do planejamento da Ordem Mundial de Baha'u'lláh, mas também foi o mesmo período em que muitas outras correntes espiritualistas estavam a surgir, dentre as quais a sociedade teosófica desempenhou notável importância, tanto na expansão no início do século passado dos princípios de uma futura sociedade divina, chegando a ceder espaço no Centro Teosófico às palestra de 'Abdu'l-bahá, como agregando conceitos a sua estrutura e ajudando a formar a identidade das elites.

É dentro da Teosofia que encontramos o conceito de “formas-pensamento”, segundo a qual afirma que o homem é dotado de outros corpos além do físico (o mental e o emocional, por exemplo) que formam um combinação sutil no plano astral. Vejamos essas diversas passagens do livro “Formas de Pensamento” escrito por Annie Besant e C.W. Leadbeater em 1901:
"Cada pensamento produz uma forma. Quando visa outra pessoa, viaja em direção a essa. Se é um pensamento pessoal, permanece na vizinhança do pensador. Se não pertence nem a uma, nem a outra categoria, anda errante por um certo tempo e pouco a pouco se descarrega, se desfazendo no éter. (...) Cada um de nós deixa atrás de si, por toda parte onde caminha, uma série de formas-pensamentos. Nas ruas flutuam quantidades inumeráveis. Caminhamos no meio deles. (...) Quando o homem momentaneamente faz o vácuo em sua mente, os pensamentos que lhe não pertencem o assaltam; em geral, porém, o impressionam fracamente. Algumas vezes, todavia, um pensamento surge e atrai a sua atenção de um modo particular. O homem comum se apodera dele e o considera como coisa própria, fortifica-o pela ação de sua própria força, e, por fim, o expele em estado de ir afetar outra pessoa. (...) O homem não é responsável pelo pensamento que lhe atravessa mente, porquanto pode não lhe pertencer. Porém, torna-se responsável quando se apodera de um pensamento e o fixa em si e depois o reenvia fortalecido." (BESANT, Annie e LEADBEATER, C.W,. Formas de Pensamento. Editora Pensamento, 1995).
É muito importante para o estabelecimento da NOM o pensamento do cidadão global fluir segundo o espírito insuflado do cristo cósmico. Em outras palavras, o cidadão global precisa está apto ― como vários já estão ― a receber como daimons [3] os  muitos demônios que saírem do abismo. As diferentes maneiras de se esvaziar a mente, desde as práticas em templos esotéricos incluindo alguns com placas evangélicas à liberação desenfreada do consumo de drogas, além das técnicas MK Ultra da cultura pop babilônica, serão importantes para que pensamentos que não lhe pertencem entrem na mente do cidadão global fazendo com este mais tarde se apodere dele e o considere como coisa própria.
Este é o segredo da propaganda: saturar totalmente a mente da pessoa a quem a propaganda quer tomar posse, com as idéias da propaganda, sem que ele perceba que está sendo saturado. Paul Watzlawick
Uma das maneiras mais sutis, mas talvez a mais eficiente, é a constante propaganda da Nova Ordem Mundial. Na medida em que conceitos são lançados, o comum cidadão vai adquirindo-os sem que disso se perceba. Para ilustrar o que escrevi até aqui, temos o filme Branded (2012),  o qual explora o conceito teosófico de formas-pensamentos atrelado à saturação da propaganda da indústria do marketing. O filme aborda a propaganda para além de sua composição retórica, mostrando uma guerra entre criaturas invisíveis pela decisão pessoal do indivíduo ― o palhaço, bem sugestivo, que faz a criança importunar a mãe por um sanduíche é só um exemplo.

Vemos que a crítica do filme não se retém ao marketing de uma sociedade de consumo na afirmação do personagem principal, Misha (Ed Stoppard), de que a propaganda teve o seu início com Lênin. O filósofo político Ernesto Laclau defendia abertamente a tese de que a propaganda revolucionária cria livremente a classe da qual em seguida se denominará representante. Foi exatamente isso que aconteceu no enredo do filme Branded, a companhia de marketing criou uma classe de pessoas acima do peso para, em seguida, se tornar representante dos mesmos com suas redes fast-foods.
E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. Apocalipse 20:8
Adentrando à nossa realidade, a Nova Ordem Mundial está a fazer roupas sob medida às pessoas que deseja representar. E, em uma sociedade de justificação divina, nada seria mais normal que mediadores entre os deuses e os homens, os chamados daimons,  ajudem este último a reconhecer a "luz da revelação divina" da Ordem Mundial de Baha'u'llah. Acaso não seria, em um futuro bem presente, o próprio homem o portal aberto do poço do abismo? Quando a economia divina estiver em prática através da estrela de nove pontas a "festa" estará bombando!

Notas:
[1] - Cristina Kirchner cria Secretaria do Pensamento
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/cristina-kirchner-cria-secretaria-do-pensamento
[2] - As mídias e a polícia do pensamento
http://apocalipsetotal.wordpress.com/2013/01/24/as-midias-sociais-e-a-policia-do-pensamento/
[3] Seriam intermediários entre os deuses e os homens. Os daimons têm uma equivalência no islamismo: os chamados "jinns" ou em português "gênios". Eles são encontrados no Surata 72 do Alcorão, Al-Jinn (Os Gênios), citado por Baha'u'llah no Súriy-i-Ayyú.
Outras Fontes:
O Marketing paranormal no filme "Branded"
http://cinegnose.blogspot.com.br/2013/03/o-marketing-paranormal-no-filme-branded.html?spref=fb
Sobre Formas-Pensamento
http://metafisicando.blogspot.com.br/2012/11/sobre-formas-pensamento.html

terça-feira, 13 de maio de 2014

O messianismo judaico em sua forma atual

Cristo deu um golpe de espada na esperança messiânica da maioria do seu tempo, isso porque a palavra que saia de sua boca tratava de um futuro de justiça perante o Pai dentro de uma dimensão espiritual no Reino de DeusMuitos foram perseguidos e mortos ao reafirmarem a palavra que Cristo havia deixado referente a essa justiça do Reino. Todos esses ― até o último salvo ― reinam desde então com Cristo.
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Apocalipse 20:4
Entretanto, o messianismo judaico nunca deixou de existir, crendo que ao menos uma remanescência do seu povo fosse responsável por uma futura salvação do mundo material. Hoje estamos adentrando em um período no qual essa esperança é levada ao extremo, com a cura da ferida deixada pela espada, a paz que Cristo nos deixou e a justiça do seu Reino não satisfaz o mundo contemporâneo.

Certamente que, na História, uma ideia não se repete de uma forma exatamente idêntica à inaugural porque o tempo histórico é diferente. É dentro da mentalidade revolucionária que encontramos o movimento messiânico atual que está a perseguir o cristianismo mundo a fora. Retira-se a figura de Iavé e permanece apenas os ideias que o formam, tendenciosamente adaptados e condensados na noção de um cristo cósmico. A noção de "um povo eleito por Deus" permanece, mas fora de uma raça ou nação particular, exaltando a  noção de "cidadãos da terra" e "construtores do Reino".


Em suma, o pensamento messiânico judaico, presente também nas correntes milenaristas dentro do cristianismo (o dispensacionalismo por exemplo), sustenta a mesma ideia dos que estão hoje a destruir o cristianismo no ocidente: um futuro temporal e material governado por um rei de justiça e uma elite eleita.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O deus do anticristo (3)

Na primeira parte (VER), o deus do anticristo é exposto tendo como ponto de partida as religiões arcaicas e seus fragmentos na contemporaneidade. A segunda parte (VER), por sua vez, tem como intuito apresentar o deus do anticristo em uma conotação mais científica, da percepção pré-socrática do divino na natureza à exploração científica na parte obscura do universo. Nessa terceira parte iremos nos aprofundar mais e nos apoiar nas teorias psicanalistas freudianas a respeito da origem da religiosidade. Antes de tudo é importante ressaltar que com "anticristo" não estou me referindo a um grande líder mundial do fim dos tempos como é costume atribuírem, mas trata-se da sociedade em geral que mais tarde elegerá um executivo mundial, mas este apenas como um reflexo e consequência e não como o fator principal.

Freud, ao buscar entender a fonte da religiosidade, em seu ensaio O Mal Estar na Civilizaçãofez uso da expressão "sentimento oceânico".* Tal expressão refere-se a uma sensação de eternidade, de algo oceânico, ou seja, sem fim, à vista dos homens. Para Freud, quando buscamos este sentimento oceânico, estamos retornando a uma época que tínhamos uma sensação de comunhão plena com o mundo. Essa é a primeira fase da vida, quando o bebê sai do ventre da mãe. Quando o feto ainda está no ventre materno ele não tem a consciência de ser, o que não muda muito nas primeira semanas após o parto. Nesta fase, o bebê não sabe diferenciar o que é ele e o que é o mundo externo. Somente com o passar do tempo a criança vai aprender a fazer a distinção do que é o seu ego (Eu) para o que é o mundo exterior.

Baha'u'llah em seu livro Os Sete Vales afirma que o peregrino em busca do Bem Amado deve se ver livre do ego. 
...as etapas que marcam a jornada do peregrino desde a morada de pó até a pátria celestial são consideradas sete. Alguns as têm denominado Sete Vales e outros, Sete Cidades. E dizem que, enquanto o peregrino não se livrar do ego e não percorrer essas etapas, jamais alcançará o oceano da proximidade e união, nem sorverá do vinho incomparável. Os sete Vales, Baha'u'llah

Com "se livrar do ego" para alcançar "o oceano da união" Baha'u'llah, em 1862, estava confirmando previamente aquilo que Sigmund Freud iria formalizar 68 anos mais tarde, em 1930. A unidade na diversidade é o Absoluto que todos devem partilhar, sendo necessário antes acabar com o egoísmo de cada pessoa, de cada sociedade e da civilização rumo a uma Nova Ordem Mundial. A fonte da religiosidade na pós-modernidade está na imanentização da Causa em torno de uma utopia quiliasta.


Para ilustrar essa questão usarei a canção "Ao Longe o Mar" do grupo português Madredeus (clique aqui).
Porto calmo de abrigo/De um futuro maior
Inda não está perdido/No presente temor
Não faz muito sentido/Já não esperar o melhor
Vem da névoa saindo/A promessa anterior
Quando avistei/Ao longe o mar
Ali fiquei/Parada a olhar
Sim, eu canto a vontade/Canto o teu despertar
E abraçando a saudade/Canto o tempo a passar

Nos versos da canção percebemos alguns elementos que envolvem a humanidade e a aceitação de seu cristo cósmico: a sensação de um presente temoroso (período de nascimento de uma era gloriosa próxima); a esperança de um futuro melhor como promessa (de mártires religiosos ou políticos) e o clamor pelo despertar do cristo cósmico, a mentalidade universal e unitária.

A ação de parar e observar o mar é uma ilustração do sentimento oceânico e da sensação de infinitude. Ao olhar a dimensão do mar ou até mesmo do céu nos sentimos pequenos e diminuídos. Nessa insignificância do ego (Eu) a comunhão plena com o Todo pode ser restabelecida. A besta emerge do mar, vem do profundo, sai do abismo, do desconhecido e infinito.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Para compreender o falso arrebatamento, a manifestação do cristo cósmico



Muitas pessoas "torcem o nariz" quando dão de cara com a ideia de um falso arrebatamento da igreja. E tudo isso por quê? Por esse ser talvez o episódio mais esperado por eles (em vida) e, portanto, não conseguem conviver com a ideia de que isso possa ser uma farsa. Quer dizer que o "arrebatamento" não irá acontecer? Se existe um "falso" é porque certamente há um que seja verdadeiro. Mas com certeza não nos mesmos moldes. Vamos dissecar este vídeo acima que eu mesmo fiz há um ano, para entendermos melhor.

O céu na terra

Primeiramente, devemos entender que ninguém há de desaparecer. O falso arrebatamento não vai simular a ida da igreja ao céu, essa experiência promete, na verdade, trazer o céu à terra. Vejamos que esse é um pedido cada vez mais constantes em "orações" e "louvores" do mundo pentecostal. Baha'u'llah, cujo significado do nome é "A Glória de Deus", utiliza as passagens em que Jesus se refere ao Espírito Santo, na Bíblia, para justificar que ele é aquele a quem Cristo se referia. O que o movimento gospel/pentecostal vem fazendo é confirmar isso através da imanentização do divino em torno do elemento "glória".


Espírito desça agora/Eu me aproximo de Tua glória
Tua glória venha o céu na terra, céu na terra
(trechos da canção Anseio, Diante do Trono)

O [neo]pentecostalismo é um dos responsáveis por tornar o Cristianismo cada vez mais em uma religião imanente, na qual o deus deve estar tão próximo ao homem que este deva "senti-lo" a todo o momento.

A Bíblia nos ensina a buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça (Ver: A verdadeira justiça dos santos). Para o mundo pentecostal, o Reino de Deus pode ser visto em espasmos, rodopios, glossolalia, gritarias, desmaios, entre outras coisas que para tais nada mais é do que a certificação da presença de Deus e do mover do espírito santo (Ver: Nomes de blasfêmias). Arrebatamento nesse caso nada mais é do que um estado de êxtase. Nesse sentido arrebatamentos acontecem todos os dias em igrejas que prometem experiências como as citadas acima, e as atribuem ao espírito santo.

Os mil anos

Outra coisa que deve ser levada em conta é que Satanás (A serpente) está sendo solto agora, no fim dos mil anos (período que simboliza o Reino de Deus, da ressurreição de Cristo à morte dos santos). Há um grave erro em acreditar que Satanás ainda será preso. Assim, se hoje já conhecemos o jargão "onde há o espírito, ali há liberdade" para "justificar biblicamente" todas as sandices de um culto carismático, tirando da cabeça do crente qualquer possibilidade de aquilo ali ser assemelhado a um culto umbandista, por exemplo, quem dirá quando tais acreditarem que Satanás foi preso... imagine o que será considerado "de Deus"!

O derramar do espírito sobre toda a carne é provavelmente a mais perigosa de todas as doutrinas pentecostalistas. Nessa, todos os que se encontram sobre a Terra seriam revestidos com o poder do espírito ante o início do "milênio" (Ver: O fogo consumidor)

As forças opostas Bahá'u'lláh x Shechinah

Não é necessário consultar o mistico para se compreender a ideia de êxtase por meio de duas forças opostas e complementares. Na análise de Nietzsche em A Origem da Tragédia, ele coloca a música como a criadora fundamental das forças antagônicas Apolo e Dionísio, e estaria relacionada ao gozo feminino além do fálico na psicanálise lacaniana.

A música, ou mais precisamente "o louvor", é a ferramenta mais eficaz da hipnose do mundo gospel. "O céu se une a terra como um beijo apaixonado" poderia ser levado em conta apenas como uma representação poética, se não fosse uma música gospel "dedicada a Deus".

Na Cabala esotérica, Shechinah é a essência do Ain Soph que, emanado, ficou preso ou enroscado em Malkuth, sendo correspondente à Deusa Kundalini Shakti na tradição esotérica oriental da Yoga. Segundo o livro cabalístico Zohar, a evolução do homem é o processo em que o pólo feminino do Divino (Shechinah), presente potencialmente na criação e no homem (Malkuth), se une ao pólo masculino da Divindade, Kether. Tal reunião é na tradição rosacruz representada pelas Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreutz, e na Bíblia está no livro O Cântico dos Cânticos de Salomão. Segundo a tradição da Cabala, a reunião dos dois pólos da Divindade resulta em uma Consciência Cósmica ou crística, de união do homem e do Divino, resultando no Homem-Deus (Deus imanente).
Leia mais: http://www.libertar.in/p/shekinah.html#ixzz2tQLAH1Lq

Shechinah corresponde à Sophia no gnosticismo, aquela que traz a iluminação, fogo. A mesma serpente do Éden que "vem abrir os olhos" (Gn 3:5). Shechinah vem trazer um elemento divino para libertar os homens da ignorância, a mesma ideia repassada pelo conto grego do titã Prometeu, que trouxe o fogo (até então privado aos deuses). Nas tradições esotéricas, esse fogo é reconhecido como o sexo - a nona esfera da vida. 

A Imanentização da escatologia através da iminência

Enquanto vemos pastores pregarem taxativamente contra a prostituição carnal, os mesmos estão servindo de cafetões para a prostituição espiritual de seus fiéis. As pessoas estão indo aos templos buscando o orgasmo cósmico, e tudo isso é por falta de fé. A expectativa do iminente (pode ser a qualquer momento) leva o cristão a buscar experiências intensas aproximadas, antes do tempo determinado. Esse é um grande problema do homem atual como um todo, e também a igreja que eclodiu nesse período: a imanentização escatológica. 


E o grande dia haverá de chegar

Quando eu e você, eu e você
Nos encontraremos com Ele
Naquele dia eu e você, eu e você
Cantaremos em uma só voz a Ele, a Ele, a Ele

(trecho da canção Vai Valer a Pena, Livres para Adorar)

Do "naquele dia" para "este dia" há um ou dois passos. Esse é um processo por qual todas as religiões tendem a passar, a imanentização em torno da ultima etapa da humanidade. De aquele para este, de ele para eu.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A REAL Plenitude dos Tempos segundo a Fé em Jesus Cristo

Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. Gálatas 4:4-5
Como digo sempre: Aquele que espera pela implementação do Reino de Deus na Terra está muito atrasado. Cristo não virá uma segunda vez para fazer isso, porque ele já fez em sua primeira vinda. 

Você espera um tempo em que todas as pessoas sejam perfeitas e sem pecados? Pois esse tempo já existe desde que Cristo pagou o preço na cruz e nos libertou da lei do pecado e da morte. 

Você espera por um tempo em que as pessoas não mais morram e haja paz na terra? Esse tempo já existe desde que Cristo deixou sua paz conosco e nos deu a vida eterna por meio da Fé no Evangelho. Essa é a primeira ressurreição.

Você não crê que Cristo já fez tudo isso apenas por não ver com seus próprios olhos? Bendito são aqueles que não viram e creram, pois apenas não se manifestou aquilo que haveremos de ser.

Estamos adentrando o tempo de apostasia mencionado pelo Apóstolo Paulo em Segunda Tessalonicenses, no segundo capítulo, que é o cenário em que despontaria o filho da perdição. Este o qual a todos levantará com o anzol e os ajuntará em sua rede varredoura. Se me perguntarem qual a isca que seduzirá a todos, de crentes a incrédulos: a consumação da suprema paz, a era dourada e tantos outros termos adjetivos. De crenças religiosas com mais de 5.000 anos a religiões políticas ateístas do mundo pós-moderno, a promessa de levar seus adeptos àquilo que seria a Plenitude dos Tempos ou a Era Maravilhosa é o que une todos esses.

Essa "promessa" acaba exercendo a mesma influência que a Lei outrora realizava, ou seja, anula a Libertação trazida por Cristo (que é a nossa plenitude dos tempos, o ano aceitável do Senhor) sobre a vida da pessoa subjugada a essa utopia. "Cristo não conseguiu implantar" ou "Cristo implantou em partes" são máximas sempre presentes nas doutrinas daqueles que defendem o "Venha teu Reino na Terra como no Céu".




Entre todas essas doutrinas há um ponto de encontro, que ao meu ver é condensado na pessoa de Baha'u'llah. Une a Imanentização Escatológica das religiões políticas à Utopia Quiliástica das religiões milenaristas.
A Fé trazida por Bahá’u’lláh deve, em verdade ser considerada como a culminação de um ciclo, a etapa final em uma série de revelações sucessivas – preliminares e progressivas. Estas têm preparado o caminho, em antecipação – com sempre crescente ênfase – do advento daquele Dia dos Dias no qual Ele, a Promessa de Todas as Eras, haveria de se tornar manifesto. ...Desafia nossa imaginação a magnitude das potencialidades das quais foi dotada essa Fé, a qual não tem nem par nem semelhança na história espiritual do mundo, e que assinala a culminação de um ciclo profético universal. A fulgência da glória milenária que ela haverá de irradiar, na plenitude dos tempos, nos deslumbra os olhos. Shoghi Effendi - Chamado às Nações

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A mente revolucionária e o advento do prometido (2)

Na primeira parte apresentei alguns expoentes da mentalidade revolucionária que surgiram a partir do século XIX (século do advento de Baha'u'llah). Mas não seria justo parar por ai, pois todos os apresentados eram ateus e seguiam a linha metodológica materialista, com exceção (em parte) do teólogo da libertação Oscar Romero, e como escrevi aqui, a Fé Baha'i acredita que o problema do mundo (pelo menos os de base econômica) se dão devido "a visão materialista do mundo". A análise histórica feita por Baha'u'llah é de cunho espiritualista, oposta à materialista. Em sua análise ele afirma que a história da humanidade é moldada a partir da revelação de alguns manifestantes providos da parte de Deus.

Apesar dos personagens símbolos do movimento revolucionário adotarem uma visão cética a respeito da religião e também da figura de Deus, devemos entender que a rejeição é, na verdade, quanto a transcendentalidade destes. O neo ateu de hoje nega o Deus cristão porque esse "é um Deus que não faz nada para melhorar o mundo" e afirma que "Deus não ajuda o homem, o homem ajuda o homem". Ou seja, o que está sendo negada é a transcendência da divindade, colocando-a no âmbito da imanência. O Deus na mentalidade revolucionária é tão imanente que não o percebem.
Tão vasto é o seu alcance que abarcou todos os homens antes que disso eles se apercebessem. Dentro em breve, manifestar-se-ão sobre a face da terra e a sua força soberana, a sua influência penetrante e a grandeza do seu poder. Kitab-i-aqdas
O que desperta o revolucionário à ação? Todo revolucionário acredita que o motivo de sua luta um dia será concretizado, muito embora não esteja claro em sua mente o que é essa finalização da sua causa. Eis o elo de ligação entre a mente revolucionária e a Ordem Mundial de Baha'u'llah.

Para observar a mística que envolve o processo do despertar interno do ser revolucionário (algo parecido com auto-ajuda) lembremo-nos do Manifesto Wayseer.
O Caminho é uma força inteligente que pode guiar os nossos pensamentos e as nossas ações para a criação de um mundo melhor, com mais amor, verdade, beleza e graça. Página oficial do manifesto 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A mente revolucionária e o advento do prometido

"Acreditando que 'a paz mundial não é apenas possível, mas inevitável', os Bahá’ís encaram o futuro da humanidade de forma pragmática, envolvendo-se em projetos que permitem criar uma nova civilização mundial, baseada em princípios de justiça, prosperidade e progresso contínuo." (Página oficial dos Bahá'is de Portugal)
Humanismo, marxismo, niilismo, existencialismo, neo-ateísmo, positivismo, progressismo... Se a Fé Baha'i afirma que o surgimento de todos esses movimentos se deu pelo reboliço do advento de Baha'u'llah, o que devo pensar? A luz refletida por Baha'u'llah é o que acende a mente revolucionária?

cima (da esquerda para a direita): Che, Sartre, Gramsci, Romero, Nietzsche
baixo (da esquerda para a direita): Engels, Stalin, Lenin, Marx
Expoentes da mente revolucionária na política, literatura, sociologia e religião 

A "plenitude dos tempos"[1] é o conceito que move a mente revolucionária, a ideia de que a salvação da humanidade é imanente à própria humanidade, a ideia de que o progresso é inevitável e que "o rolo compressor da história há de nos testificar disso". Essa mentalidade é como a morte e não se farta, como achar que tais personalidades apresentadas acima por exemplo representam o fim de uma era [2], quando seus ideais persistem e avançam descomunalmente?

(Ver continuação)

Notas:
[1] Veja o que é a plenitude dos tempo para um cristão sincero, clique aqui
[2] J. E. Esslemont : Bahá'u'lláh e a Nova Era; "O Mundo em Transformação"

sábado, 25 de janeiro de 2014

O deus do anticristo (2)

Na primeira parte vimos o deus do anticristo (o deus das forças - Dn 11:38) de um ponto de vista da crença religiosa. Mas é certo que o deus do anticristo (o cristo cósmico), que a todos abrange, não se manifesta apenas no âmbito religioso, ele também pode ser percebido na ciência, como será o objeto de estudo dessa postagem. Para ver a primeira parte clique aqui.

Para entender a definição de um deus pós-moderno é importante compreendermos o fenômeno do naturalismo. Muito embora esse "Deus", ao meu ver, é de qualidade imanente, ou seja, "Deus dentro de si" (falaremos mais sobre na sequência), compreender a dimensão desse em um ambiente externo (fora do homem, na "natureza das coisas" [1]) é de igual relevância para a nossa compreensão. Isso se dá devido ao fenômeno de "inversão polar" (ver) já conhecido do blogue.

O naturalismo enquanto fundamentação teórica é encontrado nos escritos filosóficos pré-socráticos a respeito do seu principal objeto de estudo: o cosmos, a Natureza. A principal herança que este movimento traz para a definição do divino em nossos dias é a "limitação do cosmo" que essa divindade possui; a racionalização do divino, que também reflete no desprezo ou desconsideração de um mundo espiritual (e portanto a crença de que "o Paraíso é aqui"), fazendo do culto à natureza o elemento de harmonia do humano com o celestial.

"Deus" para o Naturalismo assume o papel de força organizadora do Universo, distinguindo-se do ateísmo materialista dialético. Na prática, as contribuições do pensamento naturalista para a estruturação do conceito de divindade está presente nos estudos científicos mais recentes na parte do universo desconhecido ("partícula de Deus", estudo minucioso da anti-matéria e matéria escura), tal como nas políticas públicas globais referentes ao ecologicamente correto da Hipótese Gaia.

[1] De Rerum Natura, traduzido como "Sobre a Natureza das Coisas". É um poema escrito pelo filósofo Lucrécio com o intuito de apresentar a sua teoria física atomista tal como a sua filosofia moral epicurista. 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Filme mostra a trajetória de "cristo" até a Ordem Mundial de Baha'u'llah

O filme A Montanha Sagrada de Alejandro Jodorowsky nos apresenta de maneira insigne um cenário que não podemos deixar de confrontar com o simbolismo que já estamos acostumados. 

O filme começa com um homem crucificado que se assemelha a imagem estereotipada de Jesus Cristo. Porém, na sequencia do filme sabe-se que este não era o tal, mas sim um ladrão que igualmente fora crucificado. Ao andar pela cidade foi utilizado de molde para várias estátuas de Cristo por alguns romanos gulosos e uma figura tosca de Maria. O autor do filme, de uma maneira bem surrealista como só ele, demostrou criticamente que a imagem de Cristo foi usada de forma deliberada pela ICAR. De uma maneira irônica o Cristo que estavam a esculpir era na verdade um ladrão.
E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte. Isaías 56:11
Depois o Ladrão fora atraído por um pouco de ouro que servia de isca em um anzol, e subindo com este chega ao topo de uma torre.
Ele a todos levantará com o anzol, apanhá-los-á com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará. Habacuque 1:15 
Ao chegar no interior da torre e romper com uma película que selava o local com o exterior, ele encontra o Alquimista, este homem à esquerda vestido de Branco entre dois bodes e duas torres, uma branca e outra preta. Resumidamente este representa o Senhor das Hostes o qual Baha'u'llah se referiu ter recebido o chamado, é a figura mais sublime que cada Ordem reverencia, seja a "ordem branca" (baha'i & CIa) ou "ordem preta" (illuminat & Cia). A coluna preta possui três linhas inteiras paralelas entre si e a branca possui as mesmas três linhas, porém cortadas ao meio. É como na bandeira da Coréia do Sul, em que as três linhas inteiras representa o céu e as cortadas representam a terra.

O Alquimista possui um colar com nada mais nada menos que um eneagrama. É um símbolo antiquíssimo formado por nove linhas que se ligam dentro de uma circunferência. Os pontos onde as linhas tocam o círculo são numerados de 1 a 9, daí o significado da palavra em grego – “nove pontos”. Ninguém sabe ao certo sua origem, mas estima-se que tenha mais de 2500 anos. Zoroastro e Pitágoras debruçaram-se sobre ele, mas foi o russo G.I. Gurdjieff o sábio que mais se dedicou a seus mistérios. Segundo J.G. Bennett, autor de O Eneagrama (Pensamento-Cultrix), esse desenho mítico possui significados e aplicações diferentes, em vários campos do conhecimento. Em determinadas regiões da Ásia, é utilizado para prever o futuro. No Ocidente, serve a estudos da personalidade, ajudando a identificar qualidades e fraquezas nas pessoas. Para alguns psicólogos, cada um dos nove pontos representa um padrão de comportamento (o metódico, o generoso, o sofredor etc.). “É possível identificar a motivação básica de um indivíduo, uma fixação do ego que acontece muito cedo na vida, de forma inconsciente”, afirma Nelson Mariz de Lyra, professor de eneagrama no programa de MBA da Universidade de São Paulo. “O eneagrama é um instrumento muito prático, mas ainda trata de traços gerais, pois cada pessoa é única.” (ver mais a respeito)

Agora, o Alquimista que carrega consigo uma das variações do símbolo máximo da ordem mundial de baha'u'llah, leva o Ladrão a uma sala onde vai encontrar mais sete indivíduos. Isso mesmo,! O "Cristo" e mais sete. Qualquer semelhança que você veja entre isso e os manifestantes solares/reis de apocalipse 17 fica por sua conta. Está então formado o grupo dos dez: O Alquimista, os oito aprendizes e uma mulher que acompanha o alquimista. Ele os inicia nos mistérios dos nove em busca da imortalidade e promete após todos alcançarem o pico da montanha sagrada revelar o segredo fundamental.  É interessante notar que cristo, no caso o Ladrão, foi o personagem principal até ele se encontrar com os demais discípulos do alquimista, depois disso ele se tornou apenas mais um. É exatamente isso que está a acontecer, do ponto de vista ocidental o cristianismo é a religião que está em evidência, mas aos poucos o cristianismo está deixando de ser 'a' religião para se tornar 'uma' cabeça da besta. A quebra da hegemonia de qualquer religião que seja para dar ênfase na unidade do gênero humano.

Ao fim do filme é então revelado o segredo: "isso é um filme".


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pontos de vista a respeito do "milênio"

Acho importante entendermos o que cada modelo de interpretação defende, pois assim passamos a saber onde estamos pisando na medida em que nos deparamos com algum conteúdo escatológico. É claro que estas apresentações aqui expostas não são imparciais, na medida em que este é um blogue que expressa o que acredito, mas se você é já um leitor do Está Por Vir e tem algum conhecimento sobre a Ordem Mundial de Baha'u'llah, não será um problema. Por esse já ser um assunto amplo na internet e chegar a ser enfadonho, tentei abordá-lo de uma maneira livre.

Pré-milenismo clássico e dispensacionalista

O pré-milenismo clássico Defende que Cristo voltará, prenderá Satanás e estabelecerá o seu reino milenar na terra. Depois de mil anos exatos (para alguns não são exatos) Satanás seria liberto e ajuntaria uma multidão para se opor ao reino de Cristo, então seriam derrotados e jogados no lago de fogo. Existe ainda o pré-milenismo dispensacionalista que difere do clássico em crer no arrebatamento secreto da igreja antes do período da "grande tribulação".

Essa deve ser a mais "defendida" de todas as interpretações. Digo "defendida", entre aspas, por essa ser a mais usual em igrejas que não se sentem na necessidade de aprofundarem-se no livro de apocalipse, sobretudo pelo fato de pensarem que serão arrebatas antes de qualquer coisa pesar pro lado deles. No entanto, e isso eu considero algo engraçado, os pré-milenistas (os de fato) são os que mais se preocupam com o que se pode acontecer nos últimos dias. Em relação aos dispensacionalistas, sobretudo pelo fato de acreditarem em um rapto iminente, isso ainda é mais visível, é um pensamento "adrenalizante", seus adeptos e estudiosos vivem com o frio na barriga de deixar esse mundo miticamente de uma vez por todas, ou seja, o seu otimismo está na vinda de Cristo ("Maranata!").

É uma faca de dois gumes, pois os dispensacionalistas acreditam em coisas, devido à sua literalidade na interpretação, que são as maiores causas para o deboche alheio (para mim mesmo há coisas absurdas), e no que tange o segmento clássico pode ser ainda pior pelo fato de acreditarem que a vinda de cristo será emendada com o milênio, o que pode dar na doutrina do "derramamento do espírito" antes do início deste, os fazendo aceitar a manifestação do cisto cósmico como início do milênio, enquanto é na verdade o reino da besta do abismo.

Amilenismo

Os amilenistas, embora já na tradução do termo encontrarmos a afirmação "não há milênio", são os que mais acreditam no milênio (What?). Tanto são os que mais acreditam nele que acreditam inclusive estarem vivendo no mesmo! Para o amilenismo, os mil anos o qual o livro de apocalipse 20 relata é uma figura para representar o ciclo que se iniciou com a vitória de Cristo na cruz até a sua vinda gloriosa e visível à todos. Essa é a corrente que este blogue segue em relação ao milênio.

Para amilenistas, Satanás foi preso (expulso do céu) com a vitória de Cristo na cruz e "está sendo solto" à medida que a apostasia toma conta de todo o meio cristão. A vinda de Cristo é então o fim da história da terra, não havendo um reino físico de Cristo aqui. Essa interpretação é um escudo para quem não conhece a Ordem Mundial de Baha'u'llah, pois por não esperar que essa terra seja agraciada com um reino físico de Cristo, os adeptos do amilenismo (pelo menos os que se manterem firmes) não serão "apanhados pela rede varredoura" do anticristo pela promessa do "reino de Deus na terra".

Esses, porém, são os mais pessimistas, pois acreditam estar vivendo nos últimos dias da anunciação do evangelho e que a apostasia não vai diminuir, ao contrário, irá crescer até não sobrar ninguém (ou quase ninguém) que creia na sã doutrina. Pode causar um relaxamento na questão de não se importar com o livro de apocalipse, pois o que acreditam hoje não está muito distante do que se cria um tempo atrás (não sente a necessidade de se situar em relação a quão próximo está o reino da besta), fato que talvez tenha feito o amilenismo perder muitos possíveis adeptos ao longo dos últimos anos.

Pós-milenismo

Amilenismo e pós-milenismo NÃO SÃO A MESMA COISA! Mas muitos os confundem erroneamente pelo fato de os dois defenderem que a vinda de Cristo vem pelo fim do milênio, PORÈM o cenário que isso se desenrola é totalmente opositório em relação de um para com o outro. Como vimos, o amilenismo defende o fim da pregação do evangelho. Já o pós-milenismo defende o progresso em relação a pregação da palavra. Essa interpretação é a menina dos olhos da Ordem Mundial de Baha'u'llah, não há interpretação que mais leve igrejas a aceitarem o progresso (acarretando na era dourada) defendido por esquerdistas, pela ONU e consequentemente pela fé baha'i.
Poucas pessoas deixarão de reconhecer que o Espírito insuflado no mundo por Bahá’u'lláh, Espírito esse que está se manifestando em graus variados de intensidade, mediante os esforços conscientes de Seus declarados apoiadores e, indiretamente, através de certas organizações humanitárias, jamais poderá penetrar no gênero humano e exercer uma influência duradoura, a não ser que, e até que, encarne em uma visível Ordem portadora de Seu nome, integralmente identificada com Seus princípios e funcionando de conformidade com Suas leis…” ( do livro: A Ordem Mundial de Baha’u’llah)
Ganhou força no século XIX (paralelamente ao inicio da era baha'i), período em que a humanidade se enchia de esperança com o avanço científico e no campo religioso pelo fato de igrejas estarem sendo fundadas por toda a parte do globo, aqui mesmo no Brasil: Metodista, Batista, Presbiteriana, Adventista, sem falar que muitas delas (senão todas) com missionários intrinsecamente ligados à lojas maçônicas. Há literatura sobre isso.

O erro de muitos é considerar que as duas grandes guerras acabaram com essa esperança mistica de pós-milenistas em que todos os habitantes da terra alcançarão a paz e adorarão o Rei dos Reis. O otimismo desse grupo está em "fazer desse um mundo melhor", fazer um reino de Deus construído por mãos humanas. Mãos essas que nem cristãs precisam ser, basta ter o mesmo objetivo. 

Enquanto pré-milenistas são os que mais se preocupam com os últimos dias, no sentido de encaixar quem é quem nas profecias, os amilenistas os mais preguiçosos do tema, os pós-milenistas no entanto são os que mais rejeitam qualquer tentativa de apontar uma luz no cenário final, rejeitam toda e qualquer coisa que denominam "teoria da conspiração", não importando se quem diga seja um blogueiro não conhecido ou o próprio George Bush. Para tais tudo é motivo para ver com bons olhos e acreditar que tudo vai dar certo no final.

domingo, 15 de dezembro de 2013

A revolução tecno-científica: da interação com o macrocosmo ao microcosmo

A Revolução Técnico-científica-informacional ou Terceira Revolução Industrial ocorreu na segunda metade do século XX com a chegada de inúmeras inovações tecnológicas. Como um reflexo direto dessa revolução temos hoje os dispositivos móveis, tais como tabletes e smartphones, cuja a interação com estes se dá de modo a fazer com que a tecnologia nessa era passasse a desempenhar uma papel de extensão do mundo particular (particular até certo ponto) do usuário, ou seja, podemos dizer que essa nova relação desenvolve o envolvimento do homem para com o seu microcosmo, quando este se transmuta para a interface desses aparelhos.

Antes que ocorresse tal revolução, a tecnologia parecia estar entre nós para que explorássemos o macrocosmo, algo que podemos perceber no fato de pouco antes dessa revolução ganhar gás, mais precisamente no ano de 1969, o homem teria chegado à Lua. A expectativa de desvendar os mistérios do universo estava à flor da pele nos ser humano, isso inspirou o nosso imaginário de um futuro altamente tecnológico em que poderíamos usufruir de toda sorte de ferramentas que nos proporcionaria uma maior interação com o meio, tanto na relação homem/homem e homem/natureza.

Mas o que vemos hoje é um pouco diferente do que se imaginava, a interação que vemos não se dá em um mundo real virtualizado, mas em um mundo virtual que é tido como real. Essa virada na polaridade da situação estaria de acordo com os planos de ordem espiritual superior que estariam sendo o pivô para o desenvolvimento da humanidade, para que essa ingresse na comunidade planetária. Traduzindo, esse é um passo importante para que se aceite de fato uma divindade neo-pagã no âmbito tecnológico e seus espíritos guias, em que a divindade pela necessidade da materialização que hoje o "crente" pede estaria no campo do macrocosmo, no visível, como a tecnologia Blue Beam. E seus espíritos guias dando-se através da interação com o virtual, pois nele o ser humano consegue suprir suas carências emocionais e se ver preso a consulta desses em todas as áreas da sua vida. Nesse caso tais dispositivos seriam os daimons do século XXI, sendo aquilo que se está entre deus e o homem e proporcionando essa ligação, principalmente se surgir a necessidade de identificação humana para com a comunidade planetária, em que seria preciso todos os habitantes da terra portar um símbolo altamente sofisticado tecnologicamente.

sábado, 30 de novembro de 2013

O despertar do cristo cósmico tecnológico

A tecnologia possui um papel importante nesses últimos dias. Vemos isso já na questão dela impulsionar o surgimento de um mundo globalizado, ao passo disso ser fundamental pelo fato de surgir um reino que "ajunta para si todas as nações, e agrega a si todos os povos" (Hc 2:5). Assim como no tempo do profeta Habacuque, em que o povo de Deus estava ameaçado pela expansão do povo caldeu, nós hoje estamos ameaçados pela ascensão de uma época que vê na figura da fé cristã algo a ser expelido (Ver: A morte dos Santos).

Mais que isso, a tecnologia pode desempenhar outro papel, o de voltar o coração do cidadão global, que é exposto a uma divinização da ciência e da técnica, ao cristo cósmico pai da unidade universal Baha'u'llah. Não que a fé baha'i esteja por trás das descobertas científicas como um agente titereiro oculto,  mas a própria ciência caminha para essa realidade.

Pesquisadores como Hermínio Martins, Victor Ferkiss (que cunhou o termo “gnosticismo tecnológico”) e Erik Davis, apontam a agenda tecnológica como influenciada por aspirantes de cunho místico, sobretudo na figura do gnosticismo. (Ver artigo daqui). Neste mesmo artigo encontramos que "Diversos autores (...) detectaram e mapearam a semente do misticismo nas comunidades científicas, sejam acadêmicos ou tecnófilos"

O blogue Está Por Vir bate na tecla de que todas essas correntes místicas levam ao mesmo fim: o reconhecimento de um cristo cósmico em uma era de ouro. É valido lembrar que a ideia gnóstica de que a nossa realidade é criada e governada por uma figura divinal malévola, um Demiurgo, nos leva a lógica de que o número nove (número de bahá) seja a chave para se libertar desse "aprisionamento da Matrix", a qual foi apresentada ao longo da série do blogue "Nove - O Código".

sábado, 5 de outubro de 2013

Reason Dies - análise da letra e do videoclipe



No início do videoclipe o personagem principal abre os olhos como que se despertasse com algo, porém seus olhos são inteiramente brancos, sem pupilas, e como alguém sem pupilas não enxerga, temos no início do clipe uma retratação do cidadão global que caminha atrás de algo sem que ele se quer veja para onde está indo. Isso simboliza as ações orquestrada dos globalistas iluministas, mas também devemos fazer um paralelo com as sete vozes que saem de os sete vales que guiam a humanidade para o abismo.

E por falar em 'guia', a própria letra nos passa essa ideia "Hipnotizado por este sonho, deixo sua alma ser meu guia". "Este sonho" é na verdade a utopia de um mundo em unidade. E para vocês verem que eu dizer que o destino é o abismo não é um exagero meu, o próprio videoclipe comprova a minha ideia aos 37 segundos.

Mais assustador do que ver o personagem do clipe mergulhando cabeça a baixo em uma região abissal, é escutar a letra da música dizer "achando o amor em um estranho, de forma estranha". Quem é esse estranho? É algo que a humanidade não tem conhecimento mas ama, em outras palavras, o convênio de Baha'u'llah e suas ideias de unidade global que podem ser visto nos discursos em favor da meio ambiente, diálogos inter-religiosos, etc.

O coração do personagem é uma espécie de mini aquário com um peixe dentro. É uma menção ao estado bruto do homem, a sua limitação. O peixe aí existe enquanto uma representação física do ser que vive na água, aprende com a água, mas não é a água. O homem ir ao fundo do oceano é romper com a era de peixes e buscar a era de aquários, que é marcada por vivenciar as profundidades que a limitação de um peixe não o permite.

A parte seguinte da música é de se notar a relação com o "derramar da Glória de Deus" no homem, ou se preferir, o batismo com o falso espírito santo. A letra traz "Um sussurro me deu seu nome, em meu coração ardendo em chamas" e aqui fica clara a dupla manifestação da Rainha dos Céus e seu filho/esposo. O nome do prometido é algo ainda desconhecido para a grande maioria, e como tal ficará assim até que o nome oculto seja anunciado claramente pela noiva mística do cristo cósmico.
Mergulhado em amarguras, ouvi uma voz, a mais doce e maravilhosa, a chamar sobre Minha cabeça. Voltando Meu rosto, vi uma Jovem - personificação do nome do Meu Senhor. Baha'u'llah em O Chamado do Senhor das Hostes 

Ó Donzela do Céu! Sai dos aposentos do paraíso e anuncia aos povos do mundo: Pela retidão de Deus! Já veio Aquele que é o Mais Amado dos mundos -   Baha'u'llah em O Chamado do Senhor das Hostes 

...a Donzela do Céu, resplandecente, sem véu, apressou-se a sair de Sua mansão mística e perguntou seus nomes, e todos foram ditos, menos um.” Palavras Ocultas, Baha'u'llah
A ideia de 'fluir' é a mais intrínseca aos nova-eristas que aguardam a era de aquários, e também é vista na letra da música "E nós estávamos andando no ar, através das nuvens, sentimentos em fluxo.", nesse estado o homem deixa de ser levado pelo fluxo e passa a ser ele próprio o fluxo. É nisso que estão contidas as experiências religiosas de êxtase. No videoclipe a ideia é representada através de uma criatura amorfa (cerca de um minuto de clipe), já que a água (era de aquários) não tem forma em si.

O êxtase é associado na letra à experiência de "tocar o Sol". E no vídeo é ainda mais explícito: o lótus, o qual após a própria estrela de nove pontas, melhor representa o espírito do cristo cósmico Baha'u'llah dentro das religiões orientais.

A inversão polar também é vista logo em seguida, em que a flor vira-se ao avesso. E então a flor (batismo com o espírito santo) é tido com o marco para o início de uma nova era, pois esta se transforma em uma 'água-viva', e é nessa tecla que estou desde o início do post batendo: a ideia da nova era de "deixar de ser peixe" o qual vive na água e passar a "ser a própria água", a água viva! 

No demais não há muito o que ser comentado, pois a partir daí o cidadão global vive de maneira a se acostumar com essa nova fase da humanidade, e isso é representado com a escalada do personagem na "água-viva". Claro que nem tudo é maravilha e assim sendo não poderia deixar de existir no videoclipe essa ideia de adaptação. E adaptar-se significa morte. o Personagem nessa escalada não resiste, pois seu corpo ainda possui as limitações de antes.

A inversão polar antes tinha ocorrido externamente no macrocosmo "a flor", porém deve-se também ocorrer internamente no microcosmo "o ser humano", só então ele retoma a escalada.

A perda da individualidade também é representada a partir do momento em que a "água-viva"  que neste caso representa o espírito global, toma conta de todo os eu corpo, ou seja, o indivíduo passa a fazer parte de algo maior que ele: a construção do reino de Abhá.

A prostituta é quem seduz o cidadão global para o reino da besta, pois ela é admirável em oposição à besta de semblante feroz. O sistema iluminista representada pela figura de Lilith ou de suas múltiplas alegorias ao longo da história é responsável por cativar a alma dos povos, como você mesmo pode perceber acima quando no trecho de "O chamado do senhor das hostes" Baha'u'llah dá à donzela do céu o papel de anunciá-lo ao mundo.

Aos 4:11 de vídeo essa noção é explicitamente posta ao público. A mão no coração (Meu coração de minha mãe... Meu coração de transformações”, que significa a fonte de renascimentos. ) e as asas de borboletas são duas das principais simbologias em relação ao controle mental e devoção ao sistema iluminista. Além claro das pequenas flores de 6 pontas nas extremidades.